Onconews - Eventos adversos de osimertinibe e terapia de consolidação local no CPCNPm EGFR-mutado

pulmao 2020A maioria dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) EGFR-mutado que apresentam resposta inicial à osimertinibe apresentam doença residual persistente que pode permitir o surgimento de resistência adquirida. A eliminação da doença residual com terapia de consolidação local (LCT) pode retardar a resistência e melhorar os resultados clínicos. A segurança de osimertinibe com LCT, no entanto, não está bem definida. Agora, estudo multicêntrico randomizado de Fase 2 selecionado para sessão oral no Congresso Europeu de Câncer de Pulmão (ELCC 2023) apresentou dados de segurança de osimertinibe com ou sem LCT nessa população de pacientes.

No estudo, pacientes com CPCNP metastático virgens de inibidor de tirosina quinase para mutação EGFR (deleção L858R/Exon 19) ou mutação de resistência T790M após terapia prévia receberam 6–12 semanas de osimertinibe de indução.

Os pacientes sem progressão por RECIST 1.1 foram randomizados para osimertinibe isolado versus LCT mais osimertinibe até a progressão. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão; segurança foi um endpoint secundário. Os pacientes foram avaliados a cada 8 semanas usando CTCAE v4.0. Foram analisados todos os eventos adversos possíveis, prováveis e definitivos relacionados ao tratamento.

Resultados

Entre 2018 e 2022, 122 pacientes (mediana de idade: 65, intervalo: 30–88) foram randomizados (63 para osimertinibe isolado; 59 para osimertinibe mais LCT). Entre 59 pacientes que receberam LCT, 35 (59%) receberam apenas radioterapia, 17 (29%) receberam apenas cirurgia e 7 (12%) receberam radioterapia e cirurgia.

Em uma mediana de acompanhamento de 16 meses (intervalo: 2–49), não foram observados eventos adversos de graus 4/5. Não houve diferença significativa nos eventos adversos de grau 3 entre osimertinibe isolado e associado à terapia de consolidação (16% vs 29%; p = 0,08). Os eventos adversos de grau 3 mais comuns com osimertinibe isolado foram hiponatremia (4,8%), transaminite (4,8%) e pneumonite (3,4%). Os EAs de grau 3 mais comuns com osimertinibe mais LCT foram hiponatremia (6,8%), diarreia (3,4%), empiema (3,4%) e pneumonite (1,7%).

Entre 42 pacientes que receberam radioterapia, 1 (2%) apresentou um evento adversos de grau 3 possivelmente relacionado ao tratamento (dor torácica não cardíaca). Entre 24 pacientes submetidos a cirurgia, 3 (13%) tiveram eventos adversos grau 3 relacionados à cirurgia (1 lesão arterial, 2 empiema). Eventos adversos comuns de grau 1–2 com osimertinibe mais LCT foram fadiga (56%), diarreia (45%), dispneia (31%), tosse (29%), pneumonite (10%), disfagia (12%) e esofagite (7%).

“Osimertinibe mais terapia de consolidação local é bem tolerado em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático com mutação EGFR, sem aumento significativo de eventos adversos graves em comparação com osimertinibe isolado”, concluíram os autores.

 T+D+CTD+CTCTTotal
ITT
SD@C2 and PR@C4    
 n/n47/18042/17939/201128/560
 % (95% CI)26.1 (19.9–33.2)23.5 (17.5–30.4)19.4 (14.2–25.6)22.9 (19.4–26.6)
CR/PR@C2 and CR/PR@C4    
 n/n87/9687/9452/62226/252
 % (95% CI)90.6 (82.9–95.6)92.6 (85.3–97.0)83.9 (72.3–92.0)89.7 (85.2–93.1)
STK11m (NSQ)
SD@C2 and PR@C4    
 n/n5/172/132/169/46
 % (95% CI)29.4 (10.3–56.0)15.4 (1.9–45.4)12.5 (1.6–38.3)19.6 (9.4–33.9)
KEAP1m (any histology)
SD@C2 and PR@C4    
 n/n4/114/140/58/30
 % (95% CI)36.4 (10.9–69.2)28.6 (8.4–58.1)0.0 (0.0–52.2)26.7 (12.3–45.9)
KRASm (NSQ)
SD@C2 and PR@C4    
 n/n13/319/332/2624/90
 % (95% CI)41.9 (24.5–60.9)27.3 (13.3–45.5)7.7 (0.9–25.1)26.7 (17.9–37.0)

NSQ, non-squamous.

O estudo foi financiado pela National Comprehensive Cancer Network (NCCN), e está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT03410043.

Referência: 2O Phase II randomized study of osimertinib (OSI) with or without local consolidative therapy (LCT) for metastatic EGFR mutante non-small cell lung cancer (NSCLC): Analysis of adverse events (AEs)