Onconews - POSEIDON: padrões de resposta no CPCNPm após 2 e 4 ciclos de quimioterapia

luiz henrique araujo 22Dados exploratórios apoiam o uso de 4 ciclos de quimioterapia administrada com tremelimumabe (curso limitado) e durvalumabe (até a progressão) para otimizar a resposta e redução do tumor em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático, incluindo alguns subgrupos mais difíceis de tratar. Os resultados são de análise do estudo de Fase 3 POSEIDON selecionada para apresentação mini-oral no ELCC 2023. O oncologista brasileiro Luiz Henrique Araújo (foto) é coautor do trabalho.

No estudo POSEIDON, o tratamento de primeira linha com durvalumabe + tremelimumabe e 4 ciclos de quimioterapia à base de platina melhoraram significativamente a sobrevida livre de progressão e sobrevida global em comparação com a quimioterapia isolada em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático EGFR/ALK selvagem, levando à aprovação do regime por diversas agências reguladoras. A taxa de resposta objetiva (confirmada; 38,8% [95% CI, 33,6–44,3] e 41,5% [95% CI, 36,1–47,0] vs 24,4% [95% CI, 19,9–29,4]) e a duração da resposta também melhoraram tanto com a combinação tripla como com a combinação de durvalumabe e quimioterapia em comparação com quimio isolada.

No entanto, a relação entre o número de ciclos de quimioterapia e os padrões de resposta em pacientes com CPCNPm não foi totalmente estabelecida. Aqui relatamos os resultados em POSEIDON após 2 versus 4 ciclos de quimioterapia.

Os pacientes (n = 1013) foram randomizados (1:1:1) para o tratamento de primeira linha com durvalumabe + tremelimumabe + quimioterapia (braço 1), durvalumabe + quimioterapia (braço 2) ou quimioterapia isolada (braço 3). Análises exploratórias de resposta objetiva (população com intenção de tratar [ITT] e subgrupos com mutações em STK11, KEAP1 ou KRAS) e segurança (população de segurança) foram realizadas após 2 Versus 4 ciclos de quimioterapia (semana 6 versus 12, respectivamente).

Resultados

78%, 82% e 74% dos pacientes nos braços 1 (T+D+CT), braço 2 (D+CT) e braço 3 (CT) completaram 4 ciclos de quimioterapia. 560 pacientes tiveram doença estável (SD) após o ciclo 2. Destes, 22,9% tiveram resposta parcial (PR) após o ciclo 4 (tabela).

Uma tendência semelhante foi observada em pacientes com CPCNP STK11m, KEAP1m ou KRASm; nesses pacientes, a melhora pareceu maior com a combinação tripla, embora os ICs de 95% fossem amplos e sobrepostos.

De 252 pacientes ITT com resposta completa/parcial após o ciclo 2, 89,7% permaneceram em resposta após o ciclo 4 (tabela). Reduções no tamanho médio da lesão alvo ocorreram entre os ciclos 2 e 4 em todos os braços. A frequência de eventos adversos (EAs) de graus 3/4 e EAs graves originados nos ciclos 1–2 e 3–4 foi semelhante.

“Esses dados exploratórios apoiam o uso de 4 ciclos de quimioterapia, quando administrados com tremelimumabe (curso limitado) e durvalumabe (até a progressão) para otimizar a resposta e redução do tumor em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático, incluindo alguns subgrupos mais difíceis de tratar. Mais dois ciclos de quimioterapia não aumentaram significativamente a toxicidade ou comprometeram a capacidade de administrar a quimioterapia planejada”, concluíram os autores.

O estudo está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT03164616.

Referência: 12MO Patterns of response in metastatic (m) NSCLC after 2 and 4 cycles of chemotherapy (CT), alone or with durvalumab (D) ± tremelimumab (T), in the phase III POSEIDON study