Análise interina do estudo randomizado de Fase 3 MATTERHORN demonstrou resultados da adição de durvalumabe à terapia FLOT perioperatória em pacientes com câncer gástrico e/ou de junção gastroesofágica ressecável. O estudo foi apresentado em sessão oral no ESMO 2023.
Os pacientes com câncer gástrico e/ou de junção gastroesofágica ressecável (>T2 N0-3 M0/T0-4 N1-3 M0) foram randomizados 1:1 para durvalumabe (D) 1500 mg ou placebo (P) a cada 4 semanas (Q4W) no Dia 1 mais FLOT Q2W nos Dias 1 e 15 por 4 ciclos (2 doses de durvalumabe ou placebo e 4 doses de FLOT pré e pós-operatório), seguido por D 1500 mg ou P no Dia 1 Q4W por mais 10 ciclos. A análise interina foi realizada depois que todos os pacientes randomizados foram submetidos ou impedidos de realizar a cirurgia. A superioridade da taxa de pCR (α = 0,1% [bilateral]) por revisão central (Ryan modificado) foi avaliada, assim como os resultados cirúrgicos e de segurança.
Resultados
Foram randomizados 474 pacientes para cada braço de tratamento. As características basais foram equilibradas entre os braços; 19% dos pacientes inscritos eram da Ásia. A maioria dos pacientes tinha câncer gástrico (68%), cT3 (66%; cT4, 25%) e cLN+ (70%). Uma melhora estatisticamente significativa no pCR foi observada com a adição de durvalumabe ao FLOT em comparação com placebo (19% vs 7%; Δ12%; odds ratio [OR], 3,08; p<0,00001; Tabela).
A taxa combinada de pCR/resposta patológica quase completa (pnCR) foi de 27% com durvalumabe vs 14% com placebo. A taxa de cirurgia e a taxa de ressecção R0 (em pacientes submetidos à cirurgia) foram semelhantes com durvalumabe (87% e 86%, respectivamente) vs. placebo (84% e 86%, respectivamente). O downstaging favoreceu durvalumabe vs placebo (pT0, 21% vs 10%; pN0, 47% vs 33%; por revisão central). A exposição mediana de durvalumabe e placebo foi semelhante. As taxas de eventos adversos foram semelhantes entre os braços (Tabela).
Table: LBA73
D + FLOT (n=474) | P + FLOT (n=474) | |
pCR | ||
n; % (95% CI) | 91; 19 (15.8–23.0) | 34; 7 (5.0–9.9) |
OR (95% CI) | 3.08 (2.03–4.67); p<0.00001 | |
pCR/pnCR | ||
n; % (95% CI) | 127; 27 (22.9–31.0) | 68; 14 (11.3–17.8) |
OR (95% CI) | 2.19 (1.58–3.04); p<0.00001 | |
Surgery performed | ||
n; % (95% CI) | 411; 87 (83.3–89.6) | 399; 84 (80.6–87.4) |
OR (95% CI) | 1.23 (0.85–1.76) | |
R0 resection* | ||
n; % (95% CI) | 369; 86 (82.2–89.0) | 362; 86 (82.1–89.0) |
OR (95% CI) | 1.00 (0.68–1.48) | |
AE†, n (%) | 470 (99) | 463 (99) |
Grade ¾ | 326 (69) | 317 (68) |
TRAE | 452 (95) | 441 (94) |
Grade 3/4 TRAE | 275 (58) | 264 (56) |
*In pts with surgery: D + FLOT, n=430, P + FLOT, n=422. †In safety analysis set: D + FLOT, n=475, P + FLOT, n=469. TRAE, treatment-related AE.
“A adição de durvalumabe à terapia FLOT perioperatória demonstrou uma melhora clínica e estatisticamente significativa na resposta patológica completa em pacientes com câncer gástrico e/ou de junção gastroesofágica ressecável, com um perfil de segurança tolerável. O estudo MATTERHORN está em andamento para o desfecho primário de sobrevida livre de eventos”, concluíram os autores.
O estudo foi financiado pela AstraZeneca e está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT04592913.
Referência: LBA73 - Pathological complete response (pCR) to durvalumab plus 5-fluorouracil, leucovorin, oxaliplatin and docetaxel (FLOT) in resectable gastric and gastroesophageal junction cancer (GC/GEJC): Interim results of the global, phase III MATTERHORN study