Destaque do programa científico do Congresso Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC 2023), o estudo FLAURA2 demonstrou benefício da combinação de osimertinibe e quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com doença avançada e mutação EGFR, promovendo melhora clínica e estatisticamente significativa nessa população de pacientes em comparação com osimertinibe em monoterapia. "O FLAURA2 estabelece o melhor resultado para sobrevida livre de progressão já encontrado em tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de pulmão e mutações EGFR e passa a ser uma nova opção padrão", afirma o oncologista Gilberto Lopes (foto).
Neste ensaio clínico (FLAURA2), os pesquisadores se basearam nos dados já conhecidos de osimertinibe, um potente EGFR-TKI de terceira geração com atividade no sistema nervoso central, que demonstrou superioridade sobre os comparadores EGFR-TKIs.
Nesta análise, foram incluídos 557 pacientes, randomizados 1:1 em dois braços de tratamento: osimertinibe mais quimioterapia ou osimertinibe em monoterapia. O braço combinado envolveu um regime de osimertinibe (80 mg por dia) juntamente com pemetrexede e cisplatina ou carboplatina.
Os resultados apresentados no WCLC 2023 demonstraram melhora importante na sobrevida livre de progressão (SLP) com osimertinibe mais quimioterapia, mostrando redução estatisticamente significativa no risco de progressão da doença em comparação com osimertinibe em monoterapia. O ensaio FLAURA 2 mostrou razão de risco de 0,62 (IC 95% 0,49; 0,79; p<0,0001) para SLP, significando aumento de 8,8 meses na mediana de sobrevida livre de progressão. Além disso, a taxa de resposta objetiva na análise do investigador foi maior no braço combinado, de 83%, em comparação com 76% no grupo de monoterapia com osimertinibe.
"Dados de sobrevida global ainda não estão maduros e não há consenso claro sobre quem são os pacientes que precisam receber a combinação e quais poderiam manter controle adequado de sua doença apenas com osimertinibe", observa Lopes.
Em relação à segurança, as análises revelaram que a terapia combinada foi geralmente bem tolerada, com eventos adversos controláveis.
“Esses achados marcam um avanço significativo no tratamento do CPCNP avançado com mutação de EGFR”, relatou Jänne. “O estudo FLAURA2 apoia o uso de osimertinibe combinado com a quimioterapia com pemetrexede e platina como nova e promissora opção de tratamento de primeira linha, com um impacto profundo nos resultados dos pacientes neste cenário de doença desafiador”, destacou.
O WCLC é o maior encontro mundial dedicado ao câncer de pulmão e outras doenças malignas torácicas, atraindo mais de 7.000 investigadores, médicos e especialistas de mais de 100 países. O objetivo é aumentar a conscientização, a colaboração e a compreensão sobre o câncer de pulmão, contribuindo para implementar os desenvolvimentos mais recentes em todo o mundo.