Onconews - Pesquisadores brasileiros mostram resultados de SBRT pulmonar no WCLC 2023

przybysz wclcO rádio-oncologista Daniel Przybysz (na foto, à esquerda) é autor sênior de estudo aceito no programa científico do Congresso Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC), que analisou retrospectivamente os efeitos do tratamento e a segurança da radioterapia estereotáxica corporal (SBRT) pulmonar de até 10 frações em uma coorte brasileira.

Nesta análise, os pesquisadores consideraram pacientes tratados com SBRT (1,3,5,8 ou 10 frações) ao longo de 30 meses (setembro de 2020 a março de 2023). Todos os dados foram exportados e analisados estatisticamente para padrões demográficos. Perfis clínicos foram traçados, assim como foram avaliados os parâmetros dosimétricos aplicados a cada paciente e os efeitos adversos, a partir de questionários, visando melhor compreender e individualizar potenciais efeitos do tratamento radioterápico. A metodologia também considerou ligações telefônicas individuais para entender as diferenças pós-radioterapia, incluindo efeitos colaterais de cada tratamento, tipo de câncer e registro de mortes. Uma análise estatística plotada foi aplicada a todos os dados coletados.

No período de 30 meses, a SBRT pulmonar foi realizada em 27 indivíduos, apresentando no máximo 10 dias de tratamento. A média de idade foi de 64 anos, sendo a maioria mulheres, não fumantes (14). Todos os 27 pacientes foram obrigados a parar de fumar durante e após o tratamento. Doze (44,5%) pacientes apresentaram efeitos adversos agudos após o tratamento. Não foram observados eventos adversos grau 5.

As toxicidades relatadas foram tosse, dispneia, hemoptise e fratura de costela, das mais comuns às menos comuns na respectiva ordem. A dose total mínima foi de 800cGy em dose única/dia de tratamento e a máxima de 6.000cGy em 8 dias de tratamento. Seis (22%) tinham metástases pulmonares do cólon, quatro (15%) tinham metástases da mama e dezessete (63%) tinham câncer de pulmão primário.

 “Nossa pesquisa a partir de dados coletados anteriormente mostrou que os cânceres de pulmão metastáticos requerem uma dose mais alta de radiação, sendo a dose mais baixa 3.000cGy fracionada em 5 dias da mama e 6.000cGy fracionada em 8 dias. Foram notificados sete (26%) óbitos após o tratamento, três (11%) não responderam à pesquisa e dezessete (63%) estão vivos após SBRT”, destacam os autores.

Em conclusão, em um país em desenvolvimento, a radioterapia estereotáxica corporal com 1,3,5,8 ou 10 frações demonstrou ser um tratamento seguro e ideal em pacientes selecionados, corroborando dados publicados sobre sobrevida e toxicidades.

Este estudo tem como primeiro autor o estudante de medicina Renne Bart Aguiar, aluno do 3º ano da graduação médica da Faculdade de Mediina de Petrópolis.

Referência: EP17.04-07 - Lung Stereotactic Body Radiation Therapy in a Developing Country: Patterns of Safety and Treatment Toxicities - R.A. Bart Aguiar1, R. Ferrari de Sa1, L. de Oliveira Franco1, E. Fuks1, P.C. Ventura Canary1, C.E. Veloso de Almeida1, D. Przybysz1 - 1RadioSerra Radiation Therapy, Petropolis/BR