Análise expandida do estudo AEGEAN sugere que a ausência de clearence de ctDNA precoce pode identificar pacientes com câncer de pulmão de células ressecável com pouca probabilidade de atingir resposta patológica completa. Os resultados foram apresentados por Martin Reck (foto), chefe do Departamento de Oncologia Torácica da Clínica Pulmonar Grosshansdorf, Alemanha, em sessão mini-oral no ESMO 2024.
No estudo de fase 3, duplo-cego, controlado por placebo AEGEAN (NCT03800134), durvalumabe perioperatório (D) + quimioterapia (TC) neoadjuvante melhorou significativamente os desfechos primários de sobrevida livre de eventos e resposta patológica completa (pCR) em comparação com quimio neoadjuvante isoladamente em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas ressecável (CPCNP-R).
Usando dados de uma coorte expandida de todos os pacientes avaliáveis por biomarcadores na segunda análise intermediária de sobrevida livre de eventos, os pesquisadores agora relataram análises exploratórias para associações de clearence de ctDNA durante o tratamento neoadjuvante com resposta patológica completa, resposta patológica maior (MPR) e sobrevida livre de eventos.
No estudo, pacientes com CPCNP ressecável, virgens de tratamento (estágio II-IIIB[N2]) e ECOG PS 0/1 foram randomizados (1:1) para receber quimioterapia baseada em platina + durvalumabe ou placebo IV neoadjuvante (Q3W, 4 ciclos) antes da cirurgia (Sx) seguido por durvalumabe ou placebo IV (Q4W, 12 ciclos) após a cirurgia.
A eficácia foi avaliada na população com intenção de tratar modificada (mITT), que excluiu pacientes com mutações conhecidas de EGFR/ALK. A sobrevida livre de eventos foi avaliada por BICR (RECIST v1.1) e a resposta patológica completa/resposta patológica maior foram avaliados centralmente (IASLC). A análise de ctDNA foi realizada em plasma coletado antes de cada ciclo de tratamento neoadjuvante e antes da cirurgia.
Resultados
O ctDNA foi avaliado em 1.268 amostras de 283 pacientes mITT (braço D, n = 142; braço PBO, n = 141). Entre os pacientes com ctDNA+ no início do estudo (89,6%), todos os pacientes que alcançaram resposta patológica completa e >93% que alcançaram resposta patológica maior tinham clearance de ctDNA em C4D1. Em ambos os braços, a falta de clearance de ctDNA precoce identificou pacientes que tinham uma baixa probabilidade de atingir reposta patológica completa (valor preditivo negativo [VPN] ≥89% em C2D1).
Na pré-cirurgia, os pacientes com em comparação com aqueles sem clearance de ctDNA tiveram melhores resultados de sobrevida livre de eventos (braço D: HR, 0,26; IC 95%, 0,13–0,54; braço PBO: HR, 0,47; IC 95%, 0,26–0,84) e os pacientes no braço durvalumabe versus placebo tiveram tendências para sobrevida livre de eventos mais longas, independentemente do clearance de ctDNA (ctDNA CL[+]: HR, 0,50; IC 95%, 0,24–1,05; ctDNA CL[-]: HR, 0,84; IC 95%, 0,47–1,48 ).
Além disso, pacientes com clearance de ctDNA tiveram sobrevida livre de eventos mais longa, independentemente do status de resposta patológica completa, em comparação com os pacientes sem clearance ctDNA ou resposta patológica completa que tiveram os piores resultados de SLE (braço D: ctDNA CL[+], pCR[+]; HR, 0,14; IC 95% , 0,04–0,48; ctDNA CL[+], pCR[-]; O clearance de ctDNA identificou mais pacientes com melhor sobrevida livre de eventos do que o status de resposta patológica completa.
“A ausência de clearence de ctDNA precoce pode identificar pacientes com pouca probabilidade de atingir resposta patológica completa. O clearance de ctDNA pré-cirurgia (juntamente com a resposta patológica completa) merece um estudo mais aprofundado como um desfecho substituto da sobrevida livre de eventos”, concluíram os autores.
O estudo é financiado pela AstraZeneca e está registrado em Clin icalTrials.Gov, NCT03800134.
Referência:
LBA49 - Associations of ctDNA clearance (CL) during neoadjuvant Tx with pathological response and event-free survival (EFS) in pts with resectable NSCLC (R-NSCLC): Expanded analyses from AEGEAN