A oncologista Hope Rugo (foto) é a principal autora de análise retrospectiva dos ensaios de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) que avaliou a duração do retratamento e a recorrência de doença pulmonar intersticial. Os resultados foram selecionados para apresentação em sessão mini-oral no ESMO Breast 2024.
Aprovada para vários tipos de câncer, trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) oferece potencial risco de doença pulmonar intersticial/pneumonite (DPI). As diretrizes de manejo exigem a interrupção de T-DXd para todos os graus de DPI, mesmo que assintomáticos, mas pacientes com doença pulmonar intersticial grau 1 podem ser retratados com T-DXd após recuperação radiográfica completa.
Essa análise incluiu dados de 9 ensaios clínicos de pacientes com câncer de mama, gástrico, colorretal e de pulmão de células não pequenas com alteração HER2 que receberam ≥1 dose de T-DXd (5,4-8,0 mg/kg) em monoterapia. A duração do retratamento de T-DXd e a recorrência da doença pulmonar intersticial foram avaliados em pacientes após a primeira doença pulmonar intersticial de grau 1; definido como recuperação completa da doença pulmonar intersticial relacionada ao medicamento grau 1 avaliada pelo investigador (inv) e confirmada por um comitê de adjudicação independente (AC).
Resultados
No geral, 9,0% (193/2145) dos pacientes agrupados tiveram uma primeira doença pulmonar intersticial grau 1, 50,3% (97/193) dos quais receberam esteroides. Por avaliação do investigador ou requisitos de descontinuação da dose de tratamento (por protocolo/rótulo), 76,7% (148/193) dos pacientes com primeira doença pulmonar intersticial de grau 1 não eram elegíveis para retratamento com T-DXd.
Após a primeira doença pulmonar intersticial de grau 1, 23,3% (45/193) dos pacientes foram retratados com T-DXd. A mediana de duração do retratamento foi de 85 dias (variação de 1-848 dias); 31,1% (14/45) dos pacientes foram retratados com uma dose reduzida de 1 nível versus a dose original de T-DXd; 17,8% (8/45) receberam retratamento de T-DXd por ≥1 ano.
Entre os pacientes que receberam retratamento, 2 pacientes (4,4% [2/45]) tiveram retratamento antes da confirmação da primeira doença pulmonar intersticial de grau 1, resolvidos de acordo com o comitê de adjudicação independente, e os eventos progrediram para grau 2 e grau 3 (1 cada), e 33,3% (15/45) tinha doença pulmonar intersticial recorrente (o tempo médio para recorrência foi de 64 dias [intervalo, 22-391 dias]). Todos os pacientes com doença pulmonar intersticial recorrente receberam o mesmo nível de dose de T-DXd que sua dose original: 40,0% (6/15) dos eventos de recorrência foram doença pulmonar intersticial grau 1 avaliados por AC; 60,0% (9/15) grau 2; sem eventos Gr ≥3.
No cut off de dados de cada ensaio, por avaliação do investigador, 20,0% (3/15) dos casos de recorrência de doença pulmonar intersticial estavam em curso; 53,3% (8/15) dos pacientes recuperaram-se sem sequelas; 6,7% (1/15) recuperaram-se com sequelas; e 20,0% (3/15) não se recuperaram.
“Esta é a primeira análise agrupada de dados de retratamento com T-DXd após recuperação de primeira doença pulmonar intersticial grau 1 que mostra uma extensão clinicamente significativa da duração do tratamento com retratamento. Todos os eventos de recorrência de doença pulmonar intersticial foram de baixo grau e geralmente manejáveis utilizando as diretrizes de tratamento existentes”, concluíram os autores.
Este estudo foi financiado pela Daiichi Sankyo, Inc. e AstraZeneca.
Referência: 267MO - Pooled analysis of trastuzumab deruxtecan (T-DXd) retreatment (RTx) after recovery from grade (Gr) 1 interstitial lung disease/pneumonitis (ILD) (ID 40) - Hope S. Rugo et al
