Onconews - BLOSSON: osimertinibe mostra eficácia no CPCNP com metástases leptomeníngeas independentemente do status da mutação T 790M

Pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com mutação de EGFR após tratamento com inibidores de tirosina quinase (TKIs) de EGFR de primeira ou segunda geração apresentam alta incidência de metástases leptomeníngeas (ML). Estudo apresentado no WCLC 2024 avaliou a eficácia, segurança e farmacocinética de 80 mg de osimertinibe em pacientes com ML resistentes a TKIs de EGFR, com resultados que demonstram atividade intracraniana significativa e benefício de sobrevida nessa população de pacientes, independentemente do status da mutação T 790M.

Neste estudo multicêntrico de fase II, aberto e de braço único, 80 mg de osimertinibe foram administrados a pacientes com CPCNP com mutação de EGFR que desenvolveram ML subsequentemente ao tratamento com TKIs de EGFR anteriores. O desfecho primário foi a sobrevida global (SG) e a taxa de resposta objetiva, avaliadas por revisão central independente cega (BICR, na sigla em inglês), além da análise farmacocinética do plasma e do líquido cefalorraquidiano (LCR) no primeiro dia dos ciclos 3 e 6.

Um total de 73 pacientes diagnosticados com ML foram tratados com osimertinibe, incluindo 64 pacientes avaliáveis ​​para o conjunto de eficácia de ML — T790M negativo (n=62) e T790M positivo (n=2).

Os resultados apresentados no WCLC 2024 mostram que a SG mediana no conjunto de análise completa foi de 15,6 meses (IC de 95%: 11,5-20,2). A taxa de resposta objetiva para ML foi de 51,6%, incluindo uma taxa de resposta completa de 15,6%, enquanto a taxa de controle da doença foi de 81,3% pelo BICR. Os autores descrevem que a sobrevida livre de progressão mediana de ML foi de 11,2 meses (7,7-15,3), a duração da resposta foi de 12,6 meses (7,6-17,7) e a sobrevida global foi de 15,0 meses (11,3-18,7). A análise farmacocinética mostrou que a razão LCR/plasma livre de osimertinibe foi de 22%. O perfil de segurança evidenciou que a maior parte dos eventos adversos foram de graus 1 e 2.

“O estudo demonstra eficácia intracraniana significativa e benefício de sobrevida com 80 mg de osimertinibe em pacientes com CPCNP com ML. Os dados apoiam a consideração de 80 mg de osimertinibe como opção de tratamento para pacientes com CPCNP com mutação EGFR e metástases leptomeníngeas, independentemente do status da mutação T790M”, concluem os autores.

Referência: 

P1.12A.06 - A Phase II 80 Mg Osimertinib in Patients with Leptomeningeal Metastases Associated with EGFR Mutation-Positive NSCLC (BLOSSOM) - S. Park, R. Baldry, H.A. Jung, J-M. Sun, S-H. Lee, J.S. Ahn, Y.J. Kim, Y. Lee, D-W. Kim, S-W. Kim, K.H. Lee, W.J. Lee, J.W. Choi, K. Chong, J-I. Lee, S-H. Gwon, N-H. Son, M-J. Ahn, J. Kim