Estudo selecionado como Late Breaking Abstract (LBA138) no ASCO GU 2025 demonstrou que a associação de mevrometostat (M), um potente inibidor do zeste homólogo 2, com enzalutamida (E), conferiu resultados superiores em comparação com enzalutamida isolada em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm), com um perfil de eventos adversos manejável. Apresentados em sessão Rapid Oral, os resultados indicam que na combinação M+E, mevrometostat 875 mg com alimentos tem exposição plasmática semelhante a M 1250 mg com estômago vazio.
Foram incluídos na análise pacientes com CPRCm que receberam abiraterona prévia, ≤1 quimioterapia prévia em qualquer cenário, com evidência de progressão conforme os critérios modificados do Prostate Cancer Working Group 3. Pacientes que receberam ADT foram randomizados 1:1 para mevrometostat (oralmente, 1250 mg BID em estômago vazio) + enzalutamida (160 mg QD) ou enzalutamida isolada, estratificados por quimioterapia prévia.
Os endpoints primários foram sobrevida livre de progressão radiográfica (rPFS) conforme avaliação do investigador e segurança. Os endpoints secundários incluíram resposta objetiva (OR) pelo RECIST 1.1 (para pacientes com doença mensurável no baseline), PSA50 e farmacocinética.
Em 2 de setembro de 2024, foram incluídos 81 pacientes (M+E, n=41; E, n=40). O acompanhamento mediano (IQR) foi de 9,6 (3,1-14,5) meses. A mediana de idade foi 70 anos (48-86) para M+E e 71,5 (50-86) para E. No geral, 43,9% dos pacientes no grupo M+E e 45,0% no grupo E receberam terapia prévia com taxano.
A mediana (IC de 95%) rPFS foi de 14,3 (7,5, não estimável) meses para M+E e 6,2 (4,1, 13,9) meses para E (razão de risco 0,51; IC de 90% 0,28, 0,95). Em pacientes com doença mensurável no início do estudo (M+E, n=15; E, n=14), a taxa de OR (IC de 95%) foi de 26,7% (7,8, 55,1) para M+E (4 respostas parciais) e 14,3% (1,8, 42,8) para E (2 respostas parciais). PSA50 confirmado (IC de 95%) foi observado em 34,1% (20,1, 50,6) dos pacientes para M+E e 15,4% (6,0, 31,3) para E.
Os eventos adversos relacionados ao tratamento (TEAEs) mais comuns foram diarreia (78,0%), diminuição do apetite (58,5%) e disgeusia (58,5%) para M+E, e condições astênicas (42,5%), náusea (25,0%) e anemia (22,5%) para E. TEAEs de grau ≥3 foram observados em 53,7% dos pacientes em M+E (diarreia, neutropenia e sepse mais comuns) e 42,5% em E. Não houve mortes relacionadas ao tratamento.
As exposições plasmáticas médias geométricas de mevrometostat após doses múltiplas em combinação com enzalutamida foram comparáveis para M 1250 mg com estômago vazio e M 875 mg com alimentos (AUCtau [h*ng/mL]: 1250 mg, 8733; 875 mg, 9631; Cmax [ng/mL]: 1250 mg, 2371; 875 mg, 1868). Na combinação M+E, mevrometostat 875 mg com alimentos teve um perfil de segurança melhorado em comparação com mevrometostat 1250 mg com estômago vazio.
“São necessárias investigações adicionais de mevrometostat + enzalutamida em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração”, observaram os pesquisadores.
Referência:
Mevrometostat (PF-06821497), an enhancer of zeste homolog 2 (EZH2) inhibitor, in combination with enzalutamide in patients with metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC): A randomized dose-expansion study.
First Author: Michael Thomas Schweizer, MD
Meeting: 2025 ASCO Genitourinary Cancers Symposium
Session Type: Rapid Oral Abstract Session
Session Title: Rapid Oral Abstract Session A: Prostate Cancer
Track: Prostate Cancer - Advanced
Subtrack: Therapeutics
Abstract #: LBA138
DOI: 10.1200/JCO.2025.43.5_suppl.LBA138