O estudo de Fase III TALAPRO-2 atingiu seu desfecho primário, mostrando melhor sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) para a combinação de talazoparibe e enzalutamida (TALA+ENZA) versus placebo+ENZA como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) não selecionados para alterações genéticas de reparo de recombinação homóloga (HRR) (todos os participantes; coorte 1). No ASCO GU 2025, dados finais de sobrevida global (SG) confirmam o benefício da combinação (45,8 meses vs 37,0 meses), assim como os dados atualizados de rSLP, que continuam a favorecer TALA+ENZA, sem novos sinais de segurança. O trabalho tem participação do oncologista brasileiro Andre P. Fay (foto).
Na coorte 1, os pacientes foram randomizados 1:1 para ENZA 160 mg + TALA 0,5 mg (0,35 mg se insuficiência renal moderada) ou PBO uma vez ao dia e estratificados por abiraterona ou docetaxel anteriores (sim/não) para câncer de próstata sensível à castração e status de alteração genética HRR. Os principais critérios de elegibilidade incluíram CPRCm assintomático ou levemente sintomático, ECOG PS ≤1, terapia de privação de andrógeno em andamento e nenhuma terapia anterior de prolongamento da vida para CPRC. O desfecho primário foi rSLP por revisão central independente cega. A SG foi um desfecho secundário principal protegido por alfa. Para significância estatística na análise final da SG, o valor de P bilateral estratificado de log-rank precisava ser ≤0,022 usando um delineamento sequencial de grupo com função de gastos de O'Brien-Fleming.
Neste estudo (NCT03395197) foram randomizados 805 pacientes, 402 para TALA+ENZA e 403 para PBO+ENZA. No corte de dados (3 de setembro de 2024), 211 pacientes (52%) no braço TALA+ENZA e 243 pacientes (60%) no braço PBO+ENZA morreram; o acompanhamento mediano foi de 52,5 e 53,0 meses, respectivamente. A razão de risco (HR) para SG com TALA+ENZA versus PBO+ENZA foi de 0,796 (IC de 95%, 0,661–0,958; P bilateral = 0,0155), com SG mediana (IC de 95%) de 45,8 meses (39,4–50,8) vs 37,0 meses (34,1–40,4 meses), respectivamente.
Em análises de subgrupos pré-especificadas, a SG favoreceu TALA+ENZA vs PBO+ENZA em pacientes que eram deficientes em HRR (n = 169; HR, 0,549; IC de 95%, 0,364–0,826; P = 0,0035) ou HRR–não deficiente/desconhecido (n = 636; HR, 0,878; IC de 95%, 0,713–1,080; P = 0,218). Em análises exploratórias de pacientes com resultados disponíveis tanto para DNA tumoral circulante quanto para tecido tumoral, a SG favoreceu TALA+ENZA vs PBO+ENZA em pacientes sem alterações BRCA1/2 (n = 439; HR, 0,749; IC de 95%, 0,582–0,963; P = 0,024) e em pacientes sem alterações HRR (n = 314; HR, 0,782; IC de 95%, 0,582–1,050; P = 0,101).
Neste acompanhamento estendido, os dados de rSLP foram consistentes com a análise primária e favoreceram TALA+ENZA vs PBO+ENZA (HR, 0,667; IC de 95%, 0,551–0,807; P < 0,0001); rSLP mediana, 33,1 vs 19,5 meses, respectivamente.
Em relação à segurança, os eventos adversos associados ao tratamento (TEAEs) de grau ≥3 mais comuns com TALA+ENZA foram anemia (49%) e neutropenia (19%). Os TEAEs foram geralmente controláveis; 86 pacientes (22%) descontinuaram TALA em razão dos TEAEs.
Em conclusão, TALA+ENZA demonstrou melhora clínica e estatisticamente significativa na SG vs ENZA como tratamento de primeira linha em pacientes com CPRCm não selecionados para alterações do gene HRR. A rSLP continuou a favorecer TALA + ENZA. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado com acompanhamento estendido.
Final overall survival (OS) with talazoparib (TALA) + enzalutamide (ENZA) as first-line treatment in unselected patients with metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC) in the phase 3 TALAPRO-2 trial.
First Author: Neeraj Agarwal, MD, FASCO
Meeting: 2025 ASCO Genitourinary Cancers Symposium
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Oral Abstract Session A: Prostate Cancer
Track: Prostate Cancer - Advanced
Subtrack: Therapeutics
Abstract #: LBA18
Citation: DOI:10.1200/JCO.2025.43.5_suppl.LBA18