O Banco de Sangue do A.C.Camargo Cancer Center está com estoque abaixo do ideal há pelo menos 1 mês e meio. Por conta da Covid-19, o número de coleta de bolsas de sangue caiu pelo menos 10% em 2020 no Brasil - em alguns países, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), foram mais de 40%. Ao mesmo tempo, a demanda por sangue cresceu por causa do aumento das cirurgias realizadas durante a pandemia.
No A.C.Camargo, em julho de 2019 foram coletadas 1.587 bolsas de sangue contra 986 em julho deste ano (queda de 601). Em 2019 inteiro, 18.093 bolsas foram estocadas, contra 13.397 do ano passado (menos 4.696). Até julho deste ano, são 6.891. Sobre candidatos a doação, foram 2.279 em julho em 2019, contra 1.249 do mesmo mês em 2021 (queda de 1.030).
Os pacientes oncológicos necessitam fazer quimioterapia/radioterapia durante o tratamento, o que pode levar à queda da produção do próprio sangue, causando anemia ou plaquetopenia, e à necessidade de transfusão. Além disso, muitos podem ter sangramentos causados pelo tumor ou necessidade de manter reservas de sangue para realizações de cirurgias.
Após a coleta de sangue, a bolsa é fracionada em hemácias (glóbulos vermelhos), plasma (contém fatores de coagulação) e plaquetas (responsável pela coagulação do sangue). Os dois primeiros componentes já saem prontos e em quantidade suficiente para a transfusão de 1 paciente cada. Já as plaquetas, além de tempo de duração de apenas cinco dias, chegam em menor quantidade. É preciso de uma bolsa para cada 10 kg de peso do paciente (quem tem 70 kg tem que receber sete bolsas de plaquetas, de sete doadores diferentes, para apenas uma transfusão).
O maior número de transfusões do hospital é de plaquetas. São 70 a 100 transfusões diárias, a maior demanda do ano. "Podemos dizer que o paciente oncológico é um grande 'consumidor' de plaquetas e, por isso, é tão importante manter nossos estoques de sangue constantes", explica Raquel Bussolotti, diretora de Operações do A.C.Camargo Cancer Center.
Protocolo de segurança
O hospital criou protocolo de segurança contra a Covid-19 para os doadores, com fluxo protegido e banco de sangue alocado fora do ambiente hospitalar. Os doadores podem comparecer sem agendar, mas para evitar aglomeração e aumentar a agilidade de atendimento, a recomendação é fazer o agendamento pelo site do hospital, chat ou por telefone no (11) 2189-5000. O procedimento leva cerca de 40 minutos.
Podem doar pessoas que tenham entre 18 e 65 anos - menores, com 16 e 17 anos, podem doar acompanhados do responsável legal e consentimento formal por escrito - com 50 quilos ou mais, e sem nenhuma doença crônica. Cada pessoa doa de uma vez, no máximo, 470 ml de sangue que pode salvar a vida de até quatro pacientes. Em menos de 24 horas, o organismo já consegue repor a quantidade que foi retirada.
Com a pandemia, algumas novas condições foram estabelecidas. Após a imunização contra a COVID-19, indivíduos vacinados com a Sinovac/ Butantan devem esperar 48 horas para realizar a doação. Para as outras vacinas (Astrazeneca/ Fiocruz, Pfizer e Janssen), é preciso esperar 7 dias após a imunização para doar sangue.
Além disso, quem teve Covid pode doar após 30 dias do término dos sintomas, e aqueles que tiveram contato com alguém com Covid podem doar após 15 dias caso não apresentem nenhum sintoma.
Os critérios para a doação estão disponíveis em https://accamargo.org.br/apoie-nossa-causa/banco-de-sangue.
Horário de funcionamento do Banco de Sangue: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; sábado, das 8h às 15h (não funciona aos domingos e feriados)
Endereço: Rua Castro Alves, 131, Aclimação, São Paulo - SP
Telefone: (11) 2189-5000 - selecione a opção 5 do menu telefônico (agendamento de doação de sangue) de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.