Com a participação de 200 pesquisadores, de 80 universidades e instituições científicas, Consórcio avança na compreensão do microbioma como nova fronteira na pesquisa e tratamento do câncer.
A maior compreensão da microbiota, um conceito emergente na biologia do câncer, começa a explicar como dieta e estilo de vida compõem um poderoso fator ambiental capaz de modular o processo de carcinogênese e até a resposta terapêutica.
Em 2019, cinco anos depois das primeiros publicações, o Consórcio do Microbioma Humano anuncia novas descobertas que prometem impactar a prevenção e o tratamento do câncer. Com a participação de cerca de 200 pesquisadores, de 80 universidades e instituições científicas, o Consórcio já recebeu US$ 215 milhões desde seu lançamento em 2007 e um volume adicional que já soma US$ 880 milhões de financiamento externo à pesquisa em microbioma.
“Assim como os exploradores do século XV, que descreveram o esboço de um novo continente, os pesquisadores do Consórcio do Microbioma Humano empregaram uma nova estratégia tecnológica para definir, pela primeira vez, a composição microbiana do corpo humano", disse o geneticista Francis S. Collins ao anunciar a criação do Consórcio. “É um banco de dados de referência que utiliza técnicas de sequenciamento do genoma para explorar o microbioma e estabelecer as bases para acelerar as pesquisas”, sinalizou.
Agora em um balanço das atividades, os pesquisadores resumiram os 10 anos do Consórcio do Microbioma Humano em artigo publicado em fevereiro deste ano (doi:10.1186/s40168-019-0620-y), indicando que as pesquisas que examinam o microbioma gastrointestinal continuam a concentrar a maior parcela de investimentos (US $ 290 milhões), à frente dos estudos com microbioma do trato urogenital (principalmente vaginal), oral e pulmonar.
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