Análise agrupada dos estudos DESTINY-Breast01/-02/-03 demonstrou eficácia intracraniana significativa e benefício clínico em sobrevida global de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo com metástases cerebrais tratadas/estáveis e não tratadas/ativas. Os resultados foram publicados no Annals of Oncology, em artigo com participação do mastologista José Luiz Pedrini (foto), coordenador do Departamento de Mastologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre.
Esta análise exploratória agrupada investigou a eficácia e a segurança de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) versus tratamento comparador em pacientes com câncer de mama metastático (mBC) HER2-positivo com metástases cerebrais (do inglês, BMs – Brain Metastases) no baseline, categorizadas de acordo com o tratamento local anterior.
Os dados de T-DXd foram agrupados dos estudos DESTINY-Breast01/-02/-03. Os dados comparativos, de pacientes recebendo terapia de escolha do médico e trastuzumabe emtansina (T-DM1), foram agrupados do DESTINY-Breast02 e -03, respectivamente. O status da metástase cerebral no baseline foi avaliado de acordo com os critérios da U.S. Food and Drug Administration.
Os endpoints incluíram taxa de resposta objetiva intracraniana (ORR; resposta completa ou parcial no cérebro) por revisão central independente cega (BICR) por RECIST v1.1, tempo para resposta intracraniana, duração da resposta intracraniana (DoR), sobrevida livre de progressão do sistema nervoso central (SNC-SLP) por BICR, sobrevida global (SG) e segurança.
Resultados
148 pacientes que receberam T-DXd e 83 pacientes que receberam tratamento comparador tinham metástases cerebrais no baseline. Em pacientes tratados com T-DXd, a ORR intracraniana de pacientes com metástases cerebrais tratadas/estáveis e não tratadas/ativas foi de 45,2% e 45,5%, respectivamente. O tempo mediano (intervalo) para resposta intracraniana foi de 2,8 meses (1,1-13,9 meses) e 1,5 meses (1,2-13,7 meses) em pacientes com metástases cerebrais tratadas/estáveis e não tratadas/ativas, respectivamente.
Para aqueles com BMs tratadas/estáveis, a mediana (IC 95%) da DoR intracraniana foi de 12,3 meses (9,1-17,9 meses), e para aqueles com BMs não tratadas/ativas foi de 17,5 meses (13,6-31,6 meses). A mediana (IC 95%) da SNC-SLP e da SG foi de 12,3 meses (11,1-13,8 meses) e não foi alcançada (22,1 meses-não estimável [NE]) naqueles com BMs tratadas/estáveis, e 18,5 meses (13,6-23,3 meses) e 30,2 meses (21,3 meses-NE) naqueles com BMs não tratadas/ativas, respectivamente.
Os eventos adversos relacionados ao tratamento (TEAEs) relacionados a medicamentos grau ≥3 foram experimentados por 43,2% dos pacientes com metástases cerebrais e 46,4% sem metástases cerebrais com T-DXd.
“T-DXd demonstrou eficácia intracraniana significativa e benefício clínico em sobrevida global, com um perfil de segurança aceitável e manejável em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo com metástases cerebrais tratadas/estáveis e não tratadas/ativas”, concluíram os autores.
O estudo foi financiado pelas farmacêuticas Daiichi Sankyo e AstraZeneca.
Referência:
André F, Cortés J, Curigliano G, Modi S, Li W, Park YH, Chung WP, Kim SB, Yamashita T, Pedrini JL, Im SA, Tseng LM, Harbeck N, Krop I, Nakatani S, Tecson K, Ashfaque S, Egorov A, Hurvitz SA, A Pooled Analysis of Trastuzumab Deruxtecan in Patients With HER2Positive Metastatic Breast Cancer With Brain Metastases, Annals of Oncology (2024), doi: https:// doi.org/10.1016/j.annonc.2024.08.2347.