Onconews - Análise clinicopatológica da claudina 18.2, heterogeneidade intratumoral e sobrevida no câncer gástrico metastático ou irressecável

Estudo investigou a prevalência da positividade da claudina 18.2 (CLDN18.2) com foco particular na heterogeneidade intratumoral e sua associação com características clinicopatológicas no câncer gástrico metastático ou irressecável. “A comparação de quatro núcleos de tecido mostrou heterogeneidade intratumoral em mais da metade dos casos com qualquer expressão CLDN18.2. Considerando a heterogeneidade intratumoral, a positividade CLDN18.2 foi de 31,3% no câncer gástrico metastático, recorrente ou irressecável”, destacaram os autores em artigo publicado no ESMO Open.

Nesse estudo, os pesquisadores investigaram 400 pacientes que receberam quimioterapia sistêmica para câncer gástrico irressecável, metastático ou recorrente. Foram realizados imunohistoquímica para CLDN18 (43-14A), HER2, PD-L1, FGFR2, bem como hibridização in situ por prata HER2 (ISH), ISH do vírus Epstein-Barr (EBV) e testes de instabilidade de microssatélites. As densidades de células imunes positivas para CD3+, CD8+, CD4+ e Foxp3 foram calculadas usando análise de imagem digital.

Resultados

Em casos de câncer gástrico com qualquer expressão CLDN18.2, mais da metade dos casos (61,3%) apresentaram resultados de expressão diferentes entre quatro núcleos diferentes de microarray tecidual (TMA). Ao comparar o status CLDN18.2 entre seções de tecido inteiro e os resultados combinados dos quatro núcleos TMA, discrepâncias foram observadas em apenas 2 de 85 casos de câncer gástrico (2,4%), com 1 falso positivo e 1 falso negativo.

Após considerar a heterogeneidade intratumoral, uma taxa de positividade CLDN18.2 de 31,3% foi observada entre os 400 pacientes de câncer gástrico. A positividade CLDN18.2 foi rara em tumores gástricos localizados no antro (ou terço inferior) e em casos HER2-positivos, mas foi comum em tumores gástrico EBV-positivos (P < 0,05). Nenhuma diferença na sobrevida global (SG) foi observada de acordo com a positividade CLDN18.2 (P = 0,116).

Além disso, não houve associação entre SG e positividade CLDN18.2 em pacientes tratados com fluoropirimidina mais platina, quimioterapia mais trastuzumabe, paclitaxel com ou sem ramucirumabe e agentes imuno-oncológicos. Tumores gástricos positivos para CLDN18.2/PD-L1 alto apresentaram sobrevida global significativamente maior do que outros (P = 0,025) e maiores densidades de células T CD8+ tanto no centro do tumor quanto na periferia (P < 0,001).

“Caracterizar o câncer gástrico irressecável, metastático ou recorrente com expressão positiva para CLDN18.2 e avaliar a heterogeneidade intratumoral e as implicações prognósticas de várias terapêuticas ajudam a avançar estratégias de tratamento e desenvolver novas terapias para pacientes com a doença”, observaram os autores.

O estudo está publicado no ESMO Open em acesso aberto.

Referência:

Clinicopathological analysis of claudin 18.2 focusing on intratumoral heterogeneity and survival in patients with metastatic or unresectable gastric câncer. Kim, T.-Y. et al. ESMO Open, Volume 9, Issue 12, 104000