Onconews - Anvisa aprova terapia combinada no melanoma metastático BRAF+

BALANCO_MELANOMA_bx.jpgA Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) aprovou o uso do medicamento trametinibe (Mekinist™) para uso em combinação com dabrafenibe (Tafinlar™) no tratamento de pacientes com melanoma irressecável ou metastático com a mutação BRAF V6001. A aprovação é baseada nos resultados de eficácia e segurança dos estudos de fase III COMBI-v e COMBI-d.

O COMBI-v foi um estudo clínico Fase III (NCT01597908), de dois-braços, aberto, que comparou a combinação dabrafenibe + trametinibe com a monoterapia vemurafenibe em pacientes com melanoma irressecável ou metastático positivo para mutação BRAF V600E/K. O endpoint primário foi a sobrevida global (SG)(2). O estudo demonstrou benefício significativo de SG para os pacientes que receberam a combinação em comparação com aqueles que receberam monoterapia (mediana de 25,6 meses vs. 18 meses, respectivamente). A taxa de sobrevida global em dois anos foi de 51% para a combinação e 38% para a monoterapia com vemurafenibe.
 
O estudo apresentou ainda mediana de sobrevida livre de progressão de 12,6 meses, taxa de resposta global de 65,6%, e mediana duração de resposta de 13,8 meses para o braço da combinação comparado à sobrevida livre de progressão de 7,3 meses, taxa de resposta global de 52,8%, e duração de resposta de 8,5 meses para o braço de monoterapia com vemurafenibe. Os resultados de segurança desse estudo foram consistentes com os perfis observados.
 
Os eventos adversos ocorreram mais frequentemente no braço da combinação quando comparado com o braço de monoterapia, incluindo febre alta, 53% vs 21%, respectivamente, sangramentos, 18% vs 17%, respectivamente.
 
COMBI-d
 
O COMBI-d3 é um estudo pivotal de Fase III, randomizado, duplo cego (NCT01584648) que comparou a combinação trametinibe (Mekinist™) + dabrafenibe (Tafinlar™) versus dabrafenibe + placebo em 423 pacientes com melanoma cutâneo irressecável (Estágio IIIC) ou metastático (Estágio IV) com alteração V600E/K no gene BRAF. Os resultados atualizados do estudo COMBI-d mostraram que a combinação apresentou uma sobrevida global estatisticamente significativa comparada com a monoterapia (mediana de 25,1 meses vs 18,7 meses; Hazard Ratio [HR] 0,71 [95% de Intervalo de Confiança (CI), 0,55-0,92], p=0,011). Nos pacientes que receberam a combinação, a sobrevida global foi de 74% em 1 ano e 51% em 2 anos em comparação com 68% e 42%, respectivamente, para aqueles que receberam a monoterapia. A análise da combinação também demonstrou uma mediana de sobrevida livre de progressão de 11,0 meses, taxa de resposta global de 69% e uma duração média da resposta de 12,9 meses. Os resultados de segurança foram consistentes com o perfil observado até a data para a combinação e consistentes com o perfil observado para a monoterapia de dabrafenibe. Os eventos adversos mais comuns (>= 20%) observados no grupo da terapia combinada foram pirexia, fadiga, náuseas, dor de cabeça, calafrios, diarreia, erupção cutânea, artralgia (dor nas articulações), hipertensão, vômitos, tosse e edema periférico.
 
Referências:
 
1 - Diário Oficial da União - 12 de dezembro de 2016 
 
2 - Robert C. Two year estimate of overall survival in COMBI-v, a randomized, open-label, phase III study comparing the combination of dabrafenib (D) and trametinib (T) with vemurafenib (vem) as first-line therapy in patients (pts) with unresectable or metastatic BRAF V600E/K mutation-positive cutaneous melanoma. Abstract #3301. 18th ECCO – 40th ESMO European Cancer Congress, September 2015, Vienna, Austria.

3 - Overall survival in COMBI-d, a randomized, double-blinded, phase III study comparing the combination of dabrafenib and trametinib with dabrafenib and placebo as first-line therapy in patients (pts) with unresectable or metastatic BRAF V600E/K mutation-positive cutaneous melanoma.