Estudo brasileiro selecionado para apresentação oral na conferência anual da Oncology Nursing Society (ONS Congress 2021) avaliou os planos de manutenção da assistência oncológica em instituições públicas e privadas durante o período a pandemia de COVID-19. As enfermeiras oncológicas Edvane B. L. De Domenico, Veronica Torel de Moura e Tamara Otsuru Teixeira são as autoras do trabalho.
A pandemia de COVID-19 atingiu altos níveis de casos confirmados no Brasil, com mortalidade expressiva em regiões com maior densidade populacional e vulnerabilidades sociais. As ações de saúde para mitigar as perdas relacionadas ao cuidado do paciente com câncer têm sido realizadas tanto no sistema público de saúde quanto no sistema privado.
Neste estudo descritivo, qualitativo, foram avaliados dois centros de tratamento de câncer na cidade de São Paulo – o Hospital São Paulo (HSP), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e a Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Medidas de segurança foram adotadas por ambas as instituições, como adequação dos ambientes, redução do fluxo de pessoas, uso de equipamentos de proteção individual pelos profissionais, remarcação de pacientes para teleconsultas médicas e de enfermagem; mudanças nos planos terapêuticos para reduzir a exposição do paciente, entre outros”, destacam.
Segundo as autoras, a principal diferença percebida está no acesso dos pacientes com câncer com maior vulnerabilidade social ao serviço de saúde em um momento ideal para triagem, diagnóstico precoce e tratamento. “A grande demanda por atendimento aos pacientes com COVID-19 trouxe uma sobrecarga ao serviço público em todos os níveis de atenção, situação não vivenciada pelo paciente na rede privada de saúde”, afirmam.
“A percepção dessas diferenças indica a necessidade de estabelecimento de planos de recuperação na atenção oncológica na rede pública”, concluem.
