Estudo de coorte prospectivo avaliou a associação entre o Escore Prognóstico de Glasgow e fragilidade, declínio funcional e declínio da qualidade de vida relacionada à saúde como indicadores de problemas de saúde em pacientes idosos com câncer. “A adição de Escore Prognóstico de Glasgow aos preditores clínicos mostrou uma predição de mortalidade numericamente superior nesta coorte de pacientes mais velhos com câncer, embora não estatisticamente significativa”, destacaram os autores. O estudo foi publicado no Journal of Geriatric Oncology.
Composto de albumina e proteína C-reativa (CRP), o Escore Prognóstico de Glasgow (do inglês, GPS - Glasgow Prognostic Score) pode fornecer informações prognósticas necessárias para equilibrar os benefícios e riscos do tratamento do câncer em pacientes idosos.
Este estudo de coorte prospectivo incluiu pacientes com idade ≥70 anos com um tumor sólido que foram submetidos a uma avaliação geriátrica e coleta de sangue antes do início do tratamento. O Escore Prognóstico de Glasgow foi calculado usando albumina sérica e proteína C-reativa medidos em lote, categorizados em GPS normal (0) e anormal (1–2).
Os resultados foram mortalidade por todas as causas e um resultado composto de declínio no funcionamento diário e/ou Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS), ou mortalidade em um ano de acompanhamento. O funcionamento diário foi avaliado pelos questionários Activities of Daily Living e Instrumental Activities of Daily Living, e a QVRS pelos questionários EQ-5D-3L e EQ-VAS.
O estudo incluiu 192 pacientes com idade mediana de 77 anos (intervalo interquartil 72,3–81,0) foram incluídos. Pacientes com Escore Prognóstico de Glasgow anormal eram mais frequentemente frágeis em comparação com aqueles com GPS normal (79% vs. 63%, p = 0,03). Na análise não ajustada, pacientes com Escore Prognóstico de Glasgow anormal tiveram maiores taxas de mortalidade após um ano em comparação com aqueles com GPS normal (48% vs. 23%, p < 0,01).
Escore Prognóstico de Glasgow anormal foi associado ao aumento do risco de mortalidade (razão de risco 2,8, IC de 95% 1,7–4,8). A área sob a curva de características de idade, metástases à distância, local do tumor, comorbidade e desnutrição combinadas foi de 0,73 (0,68–0,83) para predição de mortalidade e mudou para 0,78 (0,73–0,86) com GPS (p = 0,10). O resultado composto ocorreu em 88% dos pacientes com GPS anormal versus 83% com GPS normal (p = 0,44).
Em síntese, o Escore Prognóstico de Glasgow anormal foi associado à fragilidade e mortalidade. A adição de GPS aos preditores clínicos mostrou uma predição de mortalidade numericamente superior nesta coorte de pacientes mais velhos com câncer, embora não estatisticamente significativa. “Embora o Escore Prognóstico de Glasgow possa melhorar a estratificação de futuros pacientes mais velhos com câncer, estudos maiores incluindo pacientes idosos com tipos de tumores semelhantes são necessários para avaliar sua utilidade clínica”, concluíram os autores.
O estudo TENT é registrado retrospectivamente no Netherlands Trial Register (NTR), número do ensaio NL8107.
Referência:
Association of Glasgow Prognostic Score with frailty, mortality and adverse health outcomes in older patients with cancer: A prospective cohort study. van Holstein, Yara et al. Journal of Geriatric Oncology, Volume 0, Issue 0, 102075