A American Society for Radiation Oncology (ASTRO) e a American Urological Association (AUA) atualizaram suas diretrizes clínicas conjuntas sobre radioterapia adjuvante e de resgate após prostatectomia em pacientes com e sem evidência de recorrência do câncer de próstata. O objetivo é incorporar a literatura recém-publicada ao guideline e oferecer recomendações atualizadas para o tratamento.
A revisão sistemática original considera 294 estudos publicados entre janeiro de 1990 e dezembro de 2012. Em abril de 2018, a diretriz passou por uma emenda e incorporou 155 referências publicadas entre janeiro de 1990 e dezembro de 2017. Duas novas questões-chave foram adicionadas. Uma sobre o uso de classificadores genômicos e outro sobre o tratamento de oligometástases com a radioterapia pós-prostatectomia radical.
Nesta nova atualização, a Declaração 2 foi modificada para considerar os dados mais recentes de três ensaios clínicos randomizados que avaliaram o uso de radioterapia adjuvante, incluindo novos dados de longo prazo do ensaio ARO 96-02.
O documento recomenda que pacientes com achados patológicos adversos, incluindo invasão da vesícula seminal, margens cirúrgicas positivas e extensão extraprostática devem ser informados de que a radioterapia adjuvante, comparada à prostatectomia radical isolada, reduz o risco de recorrência bioquímica (PSA), recorrência local e progressão clínica do câncer. O guideline observa que o impacto da radioterapia adjuvante nas metástases subsequentes e na sobrevida global é menos evidente; um dos três ensaios clínicos randomizados que abordaram esses resultados indicou um benefício, mas os outros dois estudos não demonstraram benefício. No entanto, esses dois estudos não foram projetados para identificar uma redução significativa na metástase ou morte com radioterapia adjuvante.
Outra nova recomendação considera os resultados de dois ensaios clínicos randomizados (RTOG 9601 e GETUG-AFU 16), que avaliaram os efeitos da terapia hormonal na sobrevida global e na progressão bioquímica e clínica entre pacientes que receberam radioterapia de resgate após prostatectomia. Com base nos achados desses estudos, o painel de especialistas concluiu que há evidências suficientemente fortes para oferecer terapia hormonal com radioterapia a pacientes candidatos à radioterapia de resgate (PSA pós-operatório ≥0,20 ng/mL). Quando oferecida, o clínico deve fornecer informações sobre os benefícios e danos associados a essa terapia, discutindo particularmente a melhora da progressão da doença documentada em ambos os estudos, e a melhora da sobrevida global, conforme relatado no RTOG 9601.
Pesquisas em andamento podem, algum dia, permitir a seleção personalizada de terapias hormonais ou outras terapias de acordo com determinados subgrupos de pacientes.
Além das indicações das diretrizes, foi adicionada ao guideline uma discussão sobre o uso de classificadores genômicos como uma ferramenta de estratificação de risco foi adicionada à discussão de pesquisa futura. Não foram encontrados dados relevantes sobre oligometástases. “Mais estudos nesta área são necessários para determinar se um classificador genômico é preditivo dos resultados em um paciente ainda a ser tratado, e se é preditivo para a eficácia de um tratamento em particular”, afirma o documento.
O guideline completo está disponível online em https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(19)30120-1/pdf.