Estudo holandês publicado Journal of the National Cancer Institute (JNCI) sugere que níveis mais elevados de atividade física no início do tratamento com inibidores de checkpoint estão associados a um menor risco de eventos adversos imunorrelacionados graves e possivelmente a uma sobrevida prolongada.
“Embora experimentos em animais tenham sugerido feitos benéficos da atividade física na imunidade antitumoral, pouco se sabe sobre seus efeitos na toxicidade e eficácia dos inibidores de checkpoint em humanos”, observaram os autores.
O estudo incluiu pacientes que receberam inibidores de checkpoint imune e preencheram o questionário para avaliar a atividade física para melhorar a saúde (SQUASH) no início do tratamento como parte do estudo prospectivo UNICIT em um hospital acadêmico. A atividade física (AF) foi quantificada calculando o equivalente metabólico total de horas de tarefa por semana (AF total) e horas por semana de AF de intensidade moderada a vigorosa durante esporte e lazer. Associações de atividade física com ocorrência grave de eventos imunorrelacionados dentro de 1 ano e sobrevida global (SG) foram avaliadas usando regressão logística e regressão de risco proporcional de Cox, respectivamente, com ajuste para prováveis fatores de confusão.
Resultados
No total, foram incluídos 251 pacientes, com acompanhamento médio de 20 meses. Níveis moderados e altos de atividade física total foram associados a menores chances de ocorrência de eventos imunorrelacionados graves em comparação com níveis baixos de atividade física total (OR ajustado: 0,34 [IC 95% = 0,12 a 0,90] e 0,19 [IC 95% = 0,05 a 0,55], respectivamente). Níveis moderados e elevados de atividade física total também foram associados à sobrevida prolongada (HR ajustado: 0,58 [IC 95% = 0,32 a 1,04] e 0,48 [IC 95% = 0,27 a 0,89], respectivamente). Associações semelhantes foram observadas em pacientes que realizaram mais atividade física de intensidade moderada a vigorosa durante esporte e lazer.
Em síntese, níveis mais elevados de atividade física no início do tratamento com inibidores de checkpoint estão associados a um menor risco de eventos adversos imunorrelacionados graves e possivelmente a uma sobrevida prolongada. “Ensaios clínicos randomizados são necessários para investigar se os pacientes realmente se beneficiam do aumento dos níveis de atividade física após o diagnóstico”, concluíram os autores.
Referência: Rik J Verheijden, Anna Cabané Ballester, Karel C Smit, Mick J M van Eijs, Cheryl P Bruijnen, Anne S R van Lindert, Karijn P M Suijkerbuijk, Anne M May, Physical activity and checkpoint inhibition: association with toxicity and survival, JNCI: Journal of the National Cancer Institute, Volume 116, Issue 4, April 2024, Pages 573–579, https://doi.org/10.1093/jnci/djad245