Onconews - Avanços e desafios no manejo do câncer de próstata avançado

“A terapia de privação de andrógeno (ADT) é a pedra angular do tratamento para homens com câncer de próstata avançado. A monoterapia com ADT não é mais considerada o padrão para o tratamento inicial do câncer de próstata metastático sensível a hormônios (mHSPC) e a associação de ADT com uma das mais novas vias inibidoras de sinalização do receptor de andrógeno (ARSI) é atualmente recomendada”. É com essa assertiva que o urologista Marcus Sadi (foto) inicia editorial na Frontiers in Oncology, apresentando 5 pesquisas recentes e seus insights sobre o gerenciamento do câncer de próstata avançado.

Nos últimos 20 anos, avanços terapêuticos e na compreensão da biologia tumoral impulsionaram uma grande revolução no tratamento do câncer de próstata. Neste editorial, Sadi sintetiza as contribuições de Chunlei Zhang  et al. (Case report and literature review of rezvilutamide in the treatment of hormone-sensitive prostate cancer), assim como analisa  artigo de Yutong Lu e colegas (Comparative effectiveness of multiple androgen receptor signaling inhibitor medicines with androgen deprivation therapy for metastatic Hormone-Sensitive Prostate Cancer: A study in the real world).

O editorial também contempla as contribuições de estudo retrospectivo que compara quatro antagonistas seletivos do receptor de andrógeno: bicalutamida, abiraterona e dois ARSIs mais novos - enzalutamida e apalutamida, em combinação com ADT para câncer de próstata metastático hormônio sensível ( Comparing ARSIs for mHSPC Treatment: Enzalutamide, Apalutamide, and Abiraterone). “Seus achados demonstram que enzalutamida e apalutamida superam a bicalutamida no retardo da progressão da doença, com a enzalutamida mostrando benefícios significativos em várias métricas de sobrevida, incluindo sobrevida livre de progressão (SLP) radiográfica, SLP-PSA e sobrevida global (SG)”, descreve.

A segurança do paciente também está em destaque, em análise  que lança luz sobre artigo que discute a toxicidade cardiovascular associada ao tratamento do câncer de próstata (Mitigating Cardiovascular Toxicity in Prostate Cancer Treatment).  “A extensão em que a ADT pode contribuir para o excesso de eventos cardiovasculares permanece controversa, mas é ainda mais importante hoje devido ao uso de ADT com ARSIs”, argumenta Sadi.

Para auxiliar as decisões de tratamento no cenário da doença resistente à castração, o editorial ainda enfoca estudo de Ivo Gökmen e colegas, que avalia o impacto da combinação da pontuação HALP com a pontuação do tempo até a resistência (TTCR) nos desfechos de SG e SLP nessa população de pacientes.

Juntos, esses estudos refletem a importância de equilibrar a eficácia das terapias com a segurança do paciente e a qualidade de vida. “Eles também destacam a necessidade de ensaios prospectivos maiores para confirmar esses achados e refinar ainda mais as estratégias de tratamento para câncer de próstata avançado”, conclui o editorial.

Referência:

Front. Oncol. Sec. Genitourinary Oncology. Volume 15 - 2025 | doi: 10.3389/fonc.2025.1589694