Biomarcadores inflamatórios e prognóstico no câncer de mama

Estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo relatado na Nutrition and Cancer buscou avaliar a associação entre a razão neutrófilo-linfócito (NLR) e a razão plaqueta-linfócito (PLR) com fatores sociodemográficos, clínicos, antropométricos e de qualidade de vida de mulheres hospitalizadas com câncer de mama não metastático. “Nosso estudo revelou alto risco para as participantes com valores médios elevados de NLR e PLR, indicando baixa atividade antitumoral e pior prognóstico”, analisam. O trabalho tem como autor sênior o pesquisador Luís Carlos Lopes-Júnior (foto), líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Oncologia – GEPONC.

Biomarcadores de células sanguíneas, como NLR e PLR, têm sido recentemente utilizados como marcadores prognósticos em tumores. Neste estudo observacional transversal, realizado em um centro de referência no tratamento oncológico no Sudeste do Brasil, foram incluídas mulheres ≥ 18 anos de idade com diagnóstico histopatológico de câncer de mama em estádio I, II ou III, em qualquer fase do tratamento antineoplásico.

Os autores identificaram alto risco para as participantes com valores médios elevados de NLR e PLR, indicando baixa atividade antitumoral e pior prognóstico. O modelo de regressão logística binária mostrou que houve associação significativa do marcador NLR e estado civil (OR = 3,1; IC95% = 1,06-8,57; p = 0,03) e descrevem tendência para maior chance de PLR aumentada em mulheres de etnia negra (OR = 4,13; IC95% = 0,96-17,70; p = 0,05). Entretanto, os marcadores inflamatórios (NLR e PLR) não apresentaram associação significativa com fatores nutricionais.

NLR e PLR são biomarcadores inflamatórios que podem ser facilmente obtidos e medidos na prática clínica.

Além de atuar a frente do GEPONC, Luís Carlos Lopes-Júnior é professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O trabalho tem a participação de Roberto Júnior Gomes Silva, que assina como primeiro autor, com coautoria de Wesley Rocha Grippa, Raphael Manhães Pessanha, Oscar Geovanny Enriquez-Martinez e Luiz Cláudio Barreto Silva Neto, todos da UFES.