O 47º encontro anual da Sociedade de Ginecologia Oncológica apresentou os dados finais do estudo de fase II que avaliou cabozantinib contra paclitaxel semanal no tratamento dos cânceres de ovário epitelial persistente ou recorrente, trompa de Falópio ou câncer peritoneal. Cabozantinib não alcançou o desfecho primário de sobrevida livre de progressão. Ao contrário, o uso foi associado a maior progressão.
O estudo aberto, randomizado 1:1, inscreveu 111 pacientes submetidos a até 3 regimes anteriores de tratamento. Os pacientes foram aleatoriamente designados para receber cabozantinib (60 mg/dia via oral, continuamente) ou paclitaxel semanal (80 mg /m2 nos dias 1, 8 e 15); em ciclos de 28 dias. Os pacientes foram avaliados aos 3,68 meses e nova avaliação foi realizada aos 7,36 meses.
O objetivo primário avaliou sobrevida livre de progressão (SLP). Os objetivos secundários incluíram taxa de resposta, toxicidade e sobrevida global.
Os dados finais mostram que o tratamento com cabozantinib foi associado com um risco aumentado de progressão (P = 0,06) e teve uma taxa maior de toxicidades gastrointestinais 3-4 em comparação com paclitaxel (risco relativo, 6.8; OR 9,0, IC 95% 1,88-84,3). A taxa de resposta para cabozantinibe contra paclitaxel semanal foi de 8,3% versus 28,3%. A sobrevida global mediana foi de 19,4 meses para os pacientes que receberam cabozantinib e não foi alcançada no braço tratado com paclitaxel semanal (Cox HR 2,27; IC 90% 1,17-4,41).
Em conclusão, a análise da eficácia demonstrou que a dose e esquema de cabozantinib avaliados não cumpriram os objetivos previstos na investigação. O estudo foi apoiado pelo NCI.
Referência: Late-breaking Abstract Session NRG/GOG 186K: A randomized phase II study of NCI-supplied cabozantinib versus weekly paclitaxel in the treatment of persistent or recurrent epithelial ovarian, fallopian tube, or primary peritoneal cancer—Final results