Onconews - Cálculo da dose de radiação da tomografia computadorizada para o feto

Fertilidade_NET_OK.jpgUma nova técnica para calcular com mais precisão a dose de radiação para o feto pode ajudar a confortar as mulheres grávidas que se submetem a uma tomografia computadorizada (TC) pélvica e abdominal, sugere pesquisa apresentada na 57ª Reunião Anual da Associação Americana de Física Médica (AAPM).

"Como físico médico, sou regularmente questionado sobre o risco de radiação para o feto – seja pelo médico ou, mais frequentemente, por uma mulher que se submeteu ao procedimento sem perceber que ela estava grávida, e agora está preocupada com o risco", disse Michael McNitt-Gray, físico médico e professor do departamento de radiologia na David Geffen School of Medicine na UCLA.
 
O trabalho melhora métodos anteriores de estimativas de dose de radiação tendo em conta a dimensão e a composição do paciente através de uma medida chamada de Water Equivalent Diameter; isto permite uma melhor caracterização do tamanho do paciente e, consequentemente, uma melhor estimativa da dose para o feto. “A informação que nós fornecemos geralmente não conforta só a paciente, mas também seu médico", afirmou.
 
O grupo usou um método de simulação de Monte Carlo para o seu modelo, baseado em dados de 18 pacientes grávidas com idade gestacional entre 12 e 36 semanas, que foram submetidas a exames de TC. Os novos fatores de estimativa de dose focam no tamanho da paciente, bem como no tamanho e idade do feto. “Físicos médicos poderiam usar esta técnica para determinar se o feto recebeu ou receberia uma dose maior do que a recomendado pelas diretrizes”, disse McNitt-Gray.
 
O método ainda está em fase preliminar de pesquisa. "Este ainda é um trabalho provisório e ficaríamos felizes em divulgar as equações após sua publicação peer-reviewed. Esperamos que venha a ser uma ferramenta muito útil e prática para físicos médicos em uma situação particularmente difícil", concluiu.
 
Segundo Roberto Kenji Sakuraba, físico médico do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), esta nova técnica estima a dose de radiação recebida de maneira muito melhor do que a tradicional, pois leva em conta outros parâmetros que ajudam a exatidão na dose recebida. “Saber com mais exatidão a dose absorvida no feto, além de aliviar pais e médicos, contribui para no futuro termos esta informação para correlacionar a dose com o efeito produzido pela radiação, que pode ser a indução de um câncer, má formação, perdas cognitivas, aborto ou simplesmente não trazer consequências”, afirmou.
 
Referência: McMillan K, et al "Size-specific, scanner-independent fetal dose estimates in abdominal and pelvic CT examinations of pregnant patients" AAPM 2015; Abstract 27452