Embora o risco de câncer de pulmão seja influenciado por fatores ambientais e estilo de vida, estima-se que 18% dos casos sejam associados a variantes genéticas hereditárias. Estudo de Liu et al. publicado em acesso aberto na NPJ Precision Oncology investigou como variantes genéticas podem contribuir para aumentar o risco de câncer de pulmão.
Os pesquisadores realizaram o sequenciamento completo do exoma da linha germinativa (herdada) do DNA de 1.045 pacientes com histórico familiar de câncer de pulmão ou câncer de início precoce, grupos mais propensos a abrigar variantes de risco genético. A análise também incluiu 885 controles. “Para revelar as variantes herdadas, nos concentramos em variantes deletérias raras e já descritas, além de considerar pequenos indels enriquecidos em casos ou controles”, explica Chris Amos, autor correspondente.
A pesquisa identificou 25 variantes deletérias raras associadas à suscetibilidade ao câncer de pulmão, incluindo 13 relatadas no ClinVar. Cinco delas foram validadas, sendo duas variantes patogênicas conhecidas em ATM e MPZL2; e três variantes em novos genes de susceptibilidade: POMC, STAU2 e MLNR.
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que os genes associados ao risco de câncer de pulmão conduzem a um aumento nos danos ao DNA endógeno nas células, levando à instabilidade genômica e, por fim, causando câncer, descreve o artigo.
“Nossas análises levaram à identificação de novas variantes deletérias raras de suscetibilidade ao câncer de pulmão. No entanto, estudos mecanísticos aprofundados ainda são necessários para avaliar os efeitos patogênicos desses alelos específicos”, concluem os autores.
Referência: Liu, Y., Xia, J., McKay, J. et al. Rare deleterious germline variants and risk of lung cancer. npj Precis. Onc. 5, 12 (2021). https://doi.org/10.1038/s41698-021-00146-7