Onconews - Classificação molecular em tumores cerebrais

Glioma_NET_OK.jpgEmbora a classificação histológica tradicional ainda tenha papel, uma nova pesquisa sugere que caracterizar gliomas de baixo grau de acordo com marcadores moleculares pode ser uma abordagem superior para orientar as decisões de tratamento.

Roel Verhaak, do MD Anderson Cancer Center,  falou sobre a classificação de gliomas de baixo grau  no 19º encontro anual da sociedade americana de neuro-oncologia, realizado em Miami, de 13 a 16 de novembro.

O especialista apresentou os dados do estudo que analisou 239 casos de glioma de baixo grau a partir de múltiplas plataformas de genômica e proteômica, que corrobora resultados de investigações anteriores e mostra que as mutações IDH e a presença ou não de deleção 1p/19q  devem ser consideradas  na classificação."Parece haver três grandes grupos consistentemente identificados", disse Verhaak.

Esses três grupos foram IDH1 / IDH2 do tipo selvagem; IDH1 / IDH2 mutante, mas sem deleção  1p / 19q; e IDH1 / IDH2 mutantes com deleção da 1p / 19q. "IDH do tipo selvagem mostra características genômicas do glioblastoma multiforme", disse Verhaak. "O IDH mutante tem um melhor prognóstico e o tipo IDH selvagem é sombrio, com uma sobrevida média de cerca de 18 meses. Nesse subgrupo foram mais comumente observados astrocitomas grau III (55%)”, explicou.

Em conferência de imprensa, o presidente desta 19ª conferência da SNO, Patrick Wen, do Dana-Farber Cancer Institute disse que  "isso vai mudar a forma como tratamos os pacientes e as pessoas vão começar a adaptar os seus tratamentos com base neste estudo “.

Os resultados da investigação ampliam o corpo de evidências em favor da análise molecular na neuro-oncologia.
 
Referências:
GE-41 Comprehensive and integrative genomic characterization of diffuse lower grade gliomas
Yung WKA, Verhaak R, Cooper L, Salama S, Aldape K, Brat D
 
http://neuro-oncology.oxfordjournals.org/content/16/suppl_5/v105.3.short?rss=1