Onconews - Farmacogenômica e câncer de pulmão

farmacogenomica_2_NET_OK.jpgApesar de todo o progresso no diagnóstico e caracterização molecular, a maioria dos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) apresenta doença avançada e irressecável ao diagnóstico. 

Nesse cenário, Benjamin Besse e colegas questionam os limites da seleção molecular em editorial do Annals of Oncology (vol. 25, nº 11) e dizem que o desafio de melhorar a eficácia da quimioterapia à base de platina assume grande importância clínica, mas não é alvo dos investimentos em P&D.

Os autores argumentam em defesa da farmacogenômica e sustentam que o interesse da indústria farmacêutica em desenvolver novos alvos terapêuticos precisa dialogar com a realidade clínica. “O investimento no desenvolvimento de novos medicamentos oncológicos continua a ser um campo altamente arriscado, mas também muito atraente”, dizem os autores.

Besse e colegas levantam um questionamento crítico sobre algumas linhas de pesquisa. “Por exemplo, é preciso questionar se de fato haverá lugar para sete diferentes inibidores de quinase de segunda geração para ALK, que pode ser aplicável para um subgrupo de pacientes com uma alteração específica, que atinge de 2% a 5% de todos os casos de CPNPC”, propõem.

Em contrapartida, o grupo europeu de especialistas observa que o apoio da indústria a oportunidades para personalizar a quimioterapia “permanece incrivelmente baixo”, o que na opinião dos autores reflete a perda da proteção patentária desses agentes.
 
Referências:

Pharmacogenomics in NSCLC: mostly unsexy but desperately needed - Ann Oncol (2014) 25 (11): 2099-2100.doi: 10.1093/annonc/mdu289
http://annonc.oxfordjournals.org/content/25/11/2099.extract

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