Estudo apresentado na 19ª Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão (WCLC 2018), em Toronto, Canadá, demonstrou que cães treinados podem discriminar a presença de nódulos pulmonares malignos com confiabilidade extremamente alta.
Um relatório anterior havia demonstrado que cães treinados eram capazes de identificar a presença de câncer de pulmão em amostras de ar exalado de pacientes com e sem diagnósticos da doença. Agora, Angela Guirao, do Serviço de Cirurgia Torácica do Hospital Clinic Barcelona, e equipe projetaram um estudo prospectivo controlado investigando o potencial dos animais treinados em discriminar nódulos pulmonares malignos e benignos.
Amostras de ar exalado foram coletadas de 30 pacientes com nódulos pulmonares indeterminados antes da cirurgia diagnóstica e terapêutica e de 77 pessoas sem câncer de pulmão ou nódulos pulmonares. Os pesquisadores apresentaram os cachorros, treinados através de um método baseado em recompensas sobre a associação de padrões olfativos, com amostras de ar de uma relação aproximada de 1:4, presença de nódulos pulmonares para ausência de nódulos pulmonares, a serem marcados de acordo com a malignidade.
O cão identificou com sucesso as amostras malignas com uma sensibilidade de 0,97, uma especificidade de 0,99, um valor preditivo positivo de 0,97 e um valor preditivo negativo de 0,99. Vinte e sete dos 30 nódulos foram corretamente identificados como positivos para câncer de pulmão, confirmados pelos resultados dos laudos anatomopatológicos.
"Tendo previamente estabelecido que cães treinados podem detectar a presença de câncer de pulmão em amostras de gases exalados, ficamos muito satisfeitos em também identificar a capacidade de diferenciar entre nódulos malignos ou benignos", disse Guirao. "Essas descobertas reforçam a oportunidade de melhorar a detecção precoce de câncer de pulmão e nódulos malignos, associando cães treinados com tecnologia estabelecida para diagnósticos precisos", avaliou.