Mulheres diagnosticadas com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) vivem mais do que os pacientes do sexo masculino com a doença. Os resultados são de um estudo apresentado no WCLC 2018 por Kathy Albain, que liderou o estudo internacional S0424 para o SWOG, o grupo de estudos clínicos em câncer que faz parte da National Clinical Trials Network (NCTN), do National Cancer Institute (NCI).
Albain e sua equipe do SWOG investigaram 981 pacientes recém-diagnosticados com CPNPC estádios I, II ou III e os agruparam em quatro coortes com base no sexo e história de tabagismo. Os pesquisadores analisaram dados sobre o estágio do câncer, tipos de tumor e mutações dos pacientes, influências hormonais, planos de tratamento e taxas de sobrevida. Os pacientes foram acompanhados por cinco anos, ou até sua morte, a fim de determinar a sobrevida global (SG). O S0424, primeiro estudo prospectivo deste escopo para CPNPC, incluiu pesquisadores do Canadá e do Japão, e foi projetado especificamente para acompanhar os resultados de sobrevida.
Os resultados mostraram que independentemente do histórico de tabagismo ou outros fatores, as mulheres participantes do estudo apresentaram taxas de sobrevida global significativamente maiores em comparação com os homens. As estimativas em cinco anos reportaram a sobrevida global em 73% para as mulheres não-tabagistas, 69% para mulheres tabagistas, 58% para os homens não-tabagistas e 52% para os tabagistas do sexo masculino.
"As mulheres com CPNPC vivem mais, mesmo quando controlamos todos os fatores que podem influenciar a sobrevida na doença, incluindo o tabaco e outras exposições, fatores de estilo de vida, estágio da doença, tratamento, biologia do tumor e fatores hormonais", observou Albain. "Mais estudos são necessários para investigar a sobrevida favorável para as mulheres nesta população, e os grandes ensaios clínicos precisam ser igualmente equilibrados para a participação de homens e mulheres", acrescentou.