Entre os dias 14 e 17 de outubro acontece em Salvador o maior evento em cirurgia oncológica do país. Com o tema ‘O cirurgião como fator prognóstico no tratamento do câncer’, o XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) deve reunir mais de 1,5 mil profissionais – incluindo 53 palestrantes internacionais - que debaterão o que há de mais atual e efetivo no tratamento do câncer.
A escolha da capital baiana para sediar o evento é uma tentativa de expandir a atuação da SBCO e aproximar os cirurgiões oncológicos do Brasil inteiro. A edição também traz importantes contribuições de Sociedades internacionais. A ideia é promover um intercâmbio científico, com participação em projetos de pesquisa e troca de informações para atualização dos profissionais associados.
“O evento será um marco da internacionalização da SBCO. Foi firmada uma parceria com a Sociedade Americana de Cirurgia Oncológica, Sociedade Europeia de Cirurgia Oncológica e Sociedade Latino-Americana de Cirurgia Oncológica”, afirma o cirurgião oncológico e vice-presidente do A.C.Camargo Cancer Center, Ademar Lopes.
O Congresso contará com a programação do Núcleo Multidisciplinar de Apoio à Cirurgia Oncológica – NUMACO, reunindo nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais, além do primeiro evento da Sociedade Latino Americana de Cirurgia Oncológica (LASSO). “O Brasil é muito heterogêneo. Temos situações afins tanto com a América Latina mais carente, como com os centros de referência americanos e europeus. É fundamental avançar não só no que temos de melhor, mas no que é possível fazer dentro da nossa realidade”, analisa o oncocirurgião Felipe José Fernandez Coimbra, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica para o biênio 2016/2017.
Segundo Felipe, o evento deve enfatizar a liderança do oncocirurgião no tratamento do câncer e a importância da cirurgia oncológica como um pilar no tratamento. “Um primeiro tratamento cirúrgico mal feito acaba dificultando e prejudicando o prognóstico e a evolução desses pacientes no futuro”, ressalta.
Destaques da programação
Diversos especialistas em algumas áreas principais da atuação da cirurgia oncológica estarão presentes, desde profissionais de cirurgias de câncer do aparelho digestivo alto, com destaque para a cirurgia hepatobiliar e esôfago-gástrica, até tumores colorretais, com um curso pré-congresso promovido pela European Society of Surgical Oncology voltado para a coloproctologia. “A ginecologia oncológica e a mastologia também serão enfatizadas, além de uma seção de tratamento de doença peritoneal, de grandes procedimentos de cirurgia oncológica.
A cirurgia minimamente invasiva também está em pauta, com seus potenciais benefícios como menor tempo de internação, menos dor e resultados equivalentes aos obtidos com a cirurgia aberta. “Por outro lado, existem cirurgias de alta complexidade que ainda não são possíveis de serem feitas por via minimamente invasiva, como por exemplo a peritonectomia, quimioterapia intraperitoneal, algumas cirurgias de preservação de membros, alguns tumores de retroperitônio. Tudo isso ainda é, na maioria dos casos, feita por via aberta, convencional. São cirurgias altamente especializadas que normalmente acabam sendo realizadas por um grupo de cirurgiões oncológicos”, explica Felipe.
Entre os convidados internacionais, o especialista destaca a presença de Ricardo Audisio, presidente da Sociedade Europeia de Cirurgia Oncológica e editor-chefe do European Journal of Surgical Oncology; e Daniel Coit, presidente eleito da Sociedade de Cirurgia Oncológica norte-americana. “Além desses teremos a participação do Henri Bismuth, um marco na cirurgia hepato-biliar e pancreática; Dominique Elias e Jesus Esquivel, que vão falar de tratamento de doença peritoneal; e Charles Balch, referência em melanoma e editor do Annals of Surgical Oncology, entre outros nomes de peso na área cirúrgica”.
A programação completa está disponível em http://congresso2015sbco.com.br/.
