Edith Perez e colaboradores acabam de publicar na edição online do Lancet os dados do estudo BEACON e concluem que etirinotecano pegol (EP ou NKTR-102) não demonstrou ganho de sobrevida global comparado com o tratamento de escolha do médico em pacientes com câncer de mama avançado intensamente pré-tratadas com antraciclina, um taxano e capecitabina.
O BEACON é um estudo aberto, randomizado de fase III, conduzido em 135 centros, em 11 países. Entre 19 de dezembro de 2011 e 20 de agosto de 2013, 852 pacientes foram randomizados para receber etirinotecan pegol (n=429) ou o tratamento de escolha do médico (n= 423). Não houve diferença significativa na sobrevida global entre os grupos (mediana de 12,4 meses para o grupo etirinotecan pegol versus 10,3 meses para o tratamento do grupo de escolha do médico (p=0,084).
O perfil de toxicidade observado no grupo EP não diferiu significativamente do grupo controle.Eventos adversos foram registrados em 30% dos pacientes tratados com etirinotecan pegol e em 129 (32%) dos pacientes tratados com o tratamento de escolha do médico.
Os pesquisadores sustentam que mais pesquisas são necessárias para definir o potencial do agente NKTR-102 e acreditam que o inibidor da topoisomerase de longa duração pode ter papel em um subgrupo de pacientes com câncer de mama altamente refratários a terapias anteriores.
Referência: Etirinotecan pegol (NKTR-102) versus treatment of physician's choice in women with advanced breast cancer previously treated with an anthracycline, a taxane, and capecitabine (BEACON): a randomised, open-label, multicentre, phase 3 trial - Edith A Perez et al