Os resultados de um consórcio internacional publicado na Nature Medicine na edição de 12 de outubro mostram que o câncer do intestino pode ser dividido em quatro tipos distintos, cada um com suas próprias características biológicas. Os dados confirmam a heterogeneidade do câncer colorretal e podem embasar novas estratégias de seleção molecular e tratamento.
O câncer colorretal é uma doença com resultados heterogêneos e diferentes respostas terapêuticas são registradas na prática clínica. Um estudo multicêntrico internacional avaliou as diferenças e estabeleceu quatro consensos moleculares (CMSs). Os resultados podem servir de base para futuras intervenções dirigidas à estratificação clínica desses subtipos.
Justin Guinneye colaboradores identificaram um tipo específico (CMS 4) com as piores taxas de sobrevida, frequentemente diagnosticados em estágios avançados (III e IV) e com metástases à distância. Pacientes com outro subtipo (CMS2) apresentaram melhores taxas de sobrevida, mesmo em casos de recidiva.
"Isso pode permitir aos médicos selecionar aqueles pacientes com doença mais agressiva e tratá-los adequadamente. Em última análise, são dados que podem levar ao desenvolvimento de novos testes de diagnóstico molecular para o de câncer de intestino”, projeta Paul Workman, do Institute of Cancer Research, em Londres.
CMS1 - MSI Imune | CMS2 Canonical | CMS3 Metabolic | CMS4 Mesenchymal |
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14% | 37% | 13% | 23% |
MSI, CIMP high, hypermutation | SCNA high | Mixed MSI status, SCNA low, CIMP low | SCNA high |
BRAF mutations | KRAS mutations | ||
Immune inflitrantion and activation | WNT and MYC activation | Metabolic deregulation | Stromal inflitration, TGF-β activation, angiogenesis |
Worse survival after relapse | Worse relapse-free and overall survival |
Referências: The consensus molecular subtypes of colorectal cancer - Nature Medicine (2015) doi:10.1038/nm.3967