Estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) e instituições parceiras mostrou que o consumo de alimentos ultraprocessados foi positivamente associado à mortalidade por todas as causas, assim como à mortalidade por doenças circulatórias e cerebrovasculares, doenças cardíacas isquêmicas e doenças digestivas, além da associação com doença de Parkinson. Os achados são do maior estudo conduzido até hoje sobre mortalidade e consumo de alimentos processados e ultraprocessados, publicado no The Lancet Regional Health – Europe.
O estudo considerou mortalidade por todas as causas e mortalidade por causa específica, incluindo causas de morte que não haviam sido estudadas em avaliações anteriores, como doença de Parkinson e Alzheimer. Os pesquisadores examinaram dados de quase 430 mil participantes em 9 países europeus que foram acompanhados por uma média de quase 16 anos. O objetivo foi investigar a associação entre o consumo de alimentos por grau de processamento industrial e mortalidade, incluindo mortalidade por causa específica devido a câncer, doenças circulatórias (incluindo doença cerebrovascular e doença cardíaca isquêmica), doenças digestivas, doença de Parkinson, doença de Alzheimer e suicídio, independentemente do nível de educação e comportamentos de estilo de vida, incluindo ingestão de álcool.
Não foram encontradas associações entre o consumo de ultraprocessados e mortalidade por câncer ou doença de Alzheimer. No entanto, os resultados mostram que substituir 10% da ingestão diária total de alimentos processados e ultraprocessados (em gramas de alimentos) por quantidade igual de alimentos não processados ou minimamente processados foi associado a menor risco de mortalidade.
Os alimentos foram classificados de acordo com o sistema Nova, que considera quatro categorias: alimentos não processados ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.
Esses achados apoiam evidências crescentes de que promover o consumo de alimentos não processados ou minimamente processados é benéfico para a saúde.
Referência:
González-Gil EM, Matta M, Morales Berstein F, Cairat M, Nicolas G, Blanco J, et al. Associations between degree of food processing and all-cause and cause-specific mortality: a multicentre prospective cohort analysis in 9 European countries. Lancet Reg Health Eur. Published online 8 January 2025; https://doi.org/10.1016/j.lanepe.2024.101208