Onconews - Custo, Valor e Qualidade

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica amplia o debate sobre custo, valor e qualidade da assistência na oncologia. É esse o objetivo do 2016 ASCO Quality Care Symposium, encontro que acontece nos dias 26 e 27 de fevereiro em Phoenix, no Arizona, e entre os highlights destaca o excesso de exames de imagem para o estadiamento do câncer de mama, o que sem dúvida impacta os custos e a qualidade da assistência.

De 2008 a 2014 foram coletados prospectivamente dados de 27.011 pacientes atendidos no estado de Michigan, com câncer de mama estadio 0-II, em 25 sistemas de saúde selecionados. Os dados foram extraídos do prontuário médico. O objetivo do estudo era avaliar o número de exames de tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve, PET e cintilografia óssea realizados no período e identificar fatores clínicos e não clínicos associados com a solicitação dos exames.

O endpoint primário foi a percentagem de doentes com pelo menos um exame de imagem avançado realizado no prazo de 90 dias após o diagnóstico de câncer de mama.

Resultados

Dos 27.011 pacientes, 4.799 (17,8%) apresentaram pelo menos um exame de imagem realizado no prazo de 90 dias após o diagnóstico, principalmente no pós-operatório. A percentagem média de pacientes que tiveram pelo menos um exame realizado variou de acordo com o estadiamento (Tabela). A taxa de exames solicitados diminuiu com o tempo nos casos de câncer com estadio 0-IIA, mas não para a fase IIB. Na análise multivariada, fatores como idade precoce, etnia (raça negra), negatividade de receptores hormonais, expressão de HER2 e o estadiamento avançado foram associados com maior probabilidade de realizar exames de imagem.

Em conclusão, os pesquisadores demonstram que ha uma variabilidade considerável na solicitação de exames entre os diversos serviços, em uma curva que aumenta conforme o estadiamento no momento do diagnóstico.