A incorporação de terapias-alvos e inibidores de checkpoint imune no tratamento do melanoma metastático aumentou os custos dos medicamentos em mais de três vezes para os sobreviventes de longo prazo. “É importante ressaltar que houve um ganho de produtividade para essa população no período entre 2012 e 2016”, observam os autores. Os resultados foram publicados por Soerensen e colegas no European Journal of Cancer.
No estudo, todos os pacientes registrados no Banco de Dados Dinamarquês de Melanoma Metastático (DAMMED) e no Registro Nacional de Pacientes entre 2007-2011 foram comparados com o período entre 2012 e 2016, após a implementação de inibidores de checkpoint e terapias-alvo. Os custos com saúde, a transferência social de renda (STI) e a perda de produtividade foram calculados com um modelo de regressão linear generalizada (GLM) de duas etapas. Os custos com medicamentos foram calculados separadamente.
Resultados
Entre 2007 e 2011, 70 (15%) dos 464 pacientes eram sobreviventes de longo prazo, em comparação com 347 (32%) dos 1.089 pacientes no período 2012–2016. Os custos totais de cuidados de saúde por paciente-ano foram significativamente mais baixos no primeiro ano de tratamento (41,457€ versus 60,547€, variação relativa (RC) 0,72, 95% CI 0,56–0,94, p = 0,015) e sem diferença significativa no segundo ano de tratamento no período 2012–2016 em comparação com 2007–2011. Os custos de medicamentos por paciente-ano aumentaram no primeiro (€ 85.464 versus € 26.339, RC 3,39, IC 95% 2,61–4,41, p < 0,001) e no segundo (€ 26.464 versus € 11.150, RC 2,59, IC 95% 1,98–3,40, p < 0,001) ano em 2012–2016 em comparação com 2007–2011. A produtividade aumentou para os sobreviventes de longo prazo em 2012–2016 em comparação com 2007–2011.
“A implementação de terapias-alvo e inibidores de checkpoint aumentou os custos dos medicamentos em mais de três vezes para os sobreviventes de longo prazo. Os custos totais de cuidados de saúde, excluindo os custos de medicamentos, foram significativamente mais baixos para os sobreviventes de longo prazo no primeiro ano e sem alterações no segundo ano de tratamento entre 2012–2016 em comparação com 2007–2011. No entanto, o número de pacientes tratados aumentou, o que leva a um aumento nos custos totais de saúde. É importante ressaltar que a produtividade aumentou para os sobreviventes de longo prazo em 2012–2016”, concluíram os autores.
Referência: Soerensen AV, Kjellberg J, Ibsen R, Bastholt L, Schmidt H, Svane IM. Health care and socioeconomic costs for long-term survivors after implementation of checkpoint-inhibitors and targeted agents for metastatic melanoma. Eur J Cancer. 2023 Oct;192:113288. doi: 10.1016/j.ejca.2023.113288. Epub 2023 Aug 19. PMID: 37672816.
