Um novo estudo mostrou recentemente que mulheres com câncer de mama relacionados ao BRCA que têm uma dupla mastectomia tem quase 50% menos probabilidade de morrer de câncer de mama em 20 anos de diagnóstico em comparação com as mulheres com mastectomia unilateral.
Os resultados, publicados no British Medical Journal, sugerem que a dupla mastectomia pode ser um tratamento eficaz de primeira linha para mulheres em estadio inicial de câncer de mama que carregam mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2. "As mulheres com mutação BRCA têm uma chance 60% a 70% maior de desenvolver câncer de mama em sua vida. Uma vez diagnosticada, a chance de desenvolver câncer na mama contralateral dentro de 15 anos é de 34%", disse a principal autora do estudo, Kelly Metcalfe, do Women's College Research Institute em Toronto, Canadá, e da Universidade de Toronto. "Para estas mulheres, nós precisamos pensar sobre o tratamento do primeiro câncer de mama, mas também sobre a prevenção de uma segunda neoplasia", ressaltou.
Para comparar as taxas de sobrevida de mulheres com câncer de mama relacionados ao BRCA, os pesquisadores avaliaram os registros médicos de 390 mulheres com estadios I ou II de câncer de mama e uma mutação BRCA1 ou BRCA2. As mulheres deveriam ter sido tratadas inicialmente com mastectomia simples ou dupla.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que tiveram uma dupla mastectomia apresentaram probabilidade 48% maior de sobreviver em comparação com as mulheres com um mastectomia simples. Para as mulheres que desenvolveram um novo câncer de mama na mama oposta, o risco de morrer de câncer de mama foi o dobro. Aos 20 anos, a taxa de sobrevida foi de 88% para as mulheres com uma mastectomia dupla e 66% para as mulheres com mastectomia unilateral. "Este estudo destaca a importância de oferecer testes genéticos para BRCA1 e BRCA2, no momento do diagnóstico de câncer de mama, se necessário. Esta informação genética pode ajudar as mulheres a tomar decisões que podem aumentar suas chances de sobreviver ao câncer de mama", disse o co-autor do estudo Steven Narod, do Women's College Research Institute.
Embora a pesquisa reforce o benefício da mastectomia bilateral na prevenção do câncer de mama em mulheres com a mutação BRCA, os pesquisadores alertam que estudos adicionais são necessários para confirmar o benefício.