Onconews - Emergências oncológicas, qual o impacto econômico e para o paciente?

Emerg ncia MD NET OKQue complicações relacionadas ao tratamento oncológico estão associadas à admissão hospitalar de pacientes com câncer nos serviços de emergência e qual o impacto financeiro desses atendimentos? Estudo publicado em abril no JAMA Oncology revela que as visitas à emergência por complicações relacionadas ao tratamento oncológico aumentaram 10,8% ao ano em 10 anos nos Estados Unidos, quando cresceram a uma taxa 5,5 vezes maior na comparação com visitas por causas não oncológicas.

Este estudo de coorte buscou estimar a incidência de complicações relacionadas ao tratamento sistêmico ou radioterapia, examinar os fatores associados à internação hospitalar e à carga financeira. Entre janeiro de 2006 e dezembro de 2015, houve um total ponderado de 1,3 bilhão de visitas ao Departamento Nacional de Emergência, sendo 1,5 milhão relacionadas a complicações da terapia sistêmica ou radioterapia em pacientes com câncer. A análise dos dados foi realizada no período de 22 de fevereiro a 23 de dezembro de 2018.

Resultados

Das quase 1,5 milhão de visitas incluídas na análise, 53,2% foram de pacientes do sexo feminino e a média de idade foi de 63,3 anos. As visitas ao Departamento de Emergência relacionadas ao tratamento oncológico aumentaram 10,8% ao ano, comparadas a 2,0% das visitas globais.

Entre as consultas de emergência, 90,9% resultaram em internação hospitalar e 4,9% resultaram em morte durante a hospitalização. Neutropenia (136 167 [8,9%]), sepse (128 171 [8,4%]) e anemia (117 557 [7,7%]) foram as complicações mais comuns e as ocorrências com maior impacto financeiro foram neutropenia (US$ 5,52 bilhões); sepse (US$ 11,21 bilhões) e anemia (US$ 6,78 bilhões). Os custos relacionados às 10 principais complicações totalizaram US$ 38 bilhões e representaram 48% da carga financeira total da coorte estudada.

“As visitas ao Departamento de Emergência por complicações da terapia sistêmica ou radioterapia aumentaram a uma taxa 5,5 vezes maior ao longo de 10 anos em comparação com as visitas globais ao departamento de emergência”, concluem os autores. Neutropenia, sepse e anemia parecem ser as complicações mais comuns; sepse, pneumonia e lesão renal aguda parecem estar associadas às maiores taxas de internação hospitalar.

Referências:
Jairam, V., Lee, V., Park, H. S., Thomas, C. R., Melnick, E. R., Gross, C. P., … Yu, J. B. (2019). Treatment-Related Complications of Systemic Therapy and Radiotherapy. JAMA Oncology. doi:10.1001/jamaoncol.2019.0086