Onconews - Enfortumabe-vedotina no câncer urotelial

bexiga 2020Artigo de Yu et al. publicado 12 de maio no Lancet Oncology reporta novos dados de enfortumabe-vedotina em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático. O novo agente experimental é um anticorpo droga-conjugado direcionado à Nectina-4, uma proteína altamente expressa no carcinoma urotelial.

Neste estudo multicêntrico (EV-201) de braço único, de Fase II, enfortumabe vedotina foi avaliado em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático previamente tratados com inibidores PD-1 ou PD-L1. A coorte 2 incluiu adultos (com idade ≥18 anos) com bom status de desempenho (ECOG), inelegíveis para cisplatina e que não receberam quimioterapia contendo platina no cenário localmente avançado ou metastático. Nesses pacientes, os autores relatam que enfortumabe vedotina foi administrado por via intravenosa na dose de 1,25 mg / kg nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo de 28 dias.

O endpoint primário foi a taxa de resposta objetiva (RECIST v 1.1) avaliada por revisão central independente cega. A eficácia e a segurança foram analisadas em todos os pacientes que receberam pelo menos uma dose de enfortumabe- vedotina.

Resultados

Entre 8 de outubro de 2017 e 11 de fevereiro de 2020, 91 pacientes foram inscritos em 40 locais em todo o mundo, dos quais 89 receberam tratamento.

O acompanhamento médio foi de 13,4 meses (IQR 11,3–18,9). No corte de dados (8 de setembro de 2020), Yu et al. reportam que a taxa de resposta objetiva confirmada foi de 52% (46 de 89 pacientes; IC de 95% 41-62), com 18 (20%) de 89 pacientes com resposta completa e 28 (31% ) com resposta parcial.

Em relação à segurança, os dados publicados no Lancet Oncology revelam que 49 (55%) de 89 pacientes tiveram eventos adversos de grau ≥ 3 relacionados ao tratamento. Os EAs ≥ 3 mais frequentes foram neutropenia (9%), erupção cutânea maculopapular (8%) e fadiga (7%).

Eventos adversos graves relacionados ao tratamento ocorreram em 15 (17%) pacientes. Três (3%) pacientes morreram devido a lesão renal aguda, acidose metabólica e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos (1% cada) 30 dias após a primeira dose. Uma quarta morte por pneumonite ocorreu mais de 30 dias após a última dose e também foi relacionada ao tratamento.

“O tratamento com enfortumabe-vedotina foi tolerável e respostas confirmadas foram observadas em 52% dos pacientes inelegíveis para a cisplatina com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático previamente tratados com inibidores PD-1 ou PD-L1”, analisam os autores.

Referência: Enfortumab vedotin after PD-1 or PD-L1 inhibitors in cisplatin-ineligible patients with advanced urothelial carcinoma (EV‑201): a multicentre, single-arm, phase 2 trial - DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(21)00094-2