Diante de novas evidências disponíveis, a Agência Internacional para a Pesquisa em Câncer (IARC) está reavaliando o potencial efeito carcinogênico do aspartame, o que motivou o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares FAO/OMS (JECFA) a atualizar também a avaliação de risco, incluindo a revisão da ingestão diária aceitável para aspartame. Os resultados serão anunciados no próximo dia 14 de julho.
A IARC, sigla de International Agency for Research on Cancer, é a agência especializada em pesquisa em câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS), criada em maio de 1965 por uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde. A avaliação de risco carcinogênico é realizada por especialistas internacionais independentes, que reúnem e revisam criticamente as evidências científicas, dentro de rigorosos critérios metodológicos. A análise final é realizada durante o encontro presencial desses especialistas em Lyon, na França, quando o Grupo de Trabalho combina suas conclusões em uma avaliação de consenso, considerando a força da evidência da carcinogenicidade do agente para humanos.
A IARC lembra que o aspartame é amplamente utilizado desde a década de 1980 como adoçante de mesa, em bebidas de baixa caloria, como refrigerantes diet, em alimentos preparados e em gomas de mascar, gelatinas, sorvetes e cereais matinais, bem como em medicamentos, como pastilhas para tosse, e outros produtos, como pasta de dentes.
A segurança do aspartame foi avaliada em 1981 pelo comitê de especialistas da FAO/OMS e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA), um programa de avaliação de risco para aditivos e contaminantes em alimentos. À época, a ingestão diária aceitável foi estabelecida em 40 mg/kg de peso corporal por dia. Agora, com a disponibilidade de novos resultados de pesquisa, tanto o comitê consultivo da IARC quanto o comitê JECFA revisaram o potencial risco carcinogênico do aspartame e a ingestão diária aceitável, conduzindo a mais abrangente avaliação já realizada sobre os efeitos do consumo de aspartame na saúde.
Referência: https://monographs.iarc.who.int/wp-content/uploads/2023/06/Meeting134-QA-June2023.pdf