Estudo brasileiro de Gustavo Viani (foto) e colegas apresentou evidências de mundo real em uma coorte de pacientes com carcinoma espinocelular glótico T1a-T1b, considerando os resultados oncológicos após radioterapia ou cirurgia. Os resultados foram publicados na Head & Neck Journal e mostram desfechos favoráveis com cirurgia ou radioterapia nessa população de pacientes.
Neste estudo de coorte de base populacional, foram inscritos pacientes com diagnóstico de carcinoma espinocelular glótico T1 de 1999 a 2020, identificados em um banco de dados público. Os pesquisadores analisaram dados clínicos, demográficos e sociais. O tratamento e os grupos e subgrupos de pacientes foram comparados por teste log-rank, teste proporcional de Cox e por escore de propensão pareado (PSM).
Os autores descrevem que 888 pacientes com carcinoma espinocelular glótico T1a-T1b foram incluídos, com seguimento mediano de 61 meses. A sobrevida global (SG) em 5 e 10 anos para cirurgia versus radioterapia foi de 76% versus 71% e de/60% versus 52% (p = 0,02), respectivamente. Na análise de subgrupo, a cirurgia foi associada a melhor sobrevida global para pacientes T1b do sexo masculino e do serviço público (p < 0,05). Na coorte PSM de cirurgia versus radioterapia, com 110 pacientes cada, não houve diferença significativa na sobrevida global.
Em conclusão, Viani e colegas mostram que o carcinoma espinocelular glótico T1a-T1b tem resultados favoráveis com cirurgia ou radioterapia.
Além de Gustavo Viani, professor e médico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, este estudo tem participação de Fabio Ynoe Moraes (Kingston General Hospital, Ontario, Canada), Gustavo Nader Marta (Hospital Sírio Libanês, SP), Luiz Paulo Kowalski (AC Camargo Cancer Center) e André Guimaraes Gouveia (Centro de Oncologia Integrado, RJ).
Referência: https://doi.org/10.1002/hed.27470