“As lições aprendidas com a resposta global ao HIV e à COVID-19 mostram que a colaboração e o apoio internacional das Organizações Mundiais da Saúde e do Comércio podem garantir uma agenda unificada e coordenada para promover o acesso ao tratamento do câncer em países de baixa e média renda”, defendem Erfani et al., no JAMA Oncology, em artigo que argumenta em favor da farmacoequidade na oncologia.
Nesta análise, os autores contextualizam um cenário de profundas desigualdades no tratamento do câncer, lembrando que a disponibilidade e o acesso limitados aos medicamentos contra o câncer contribuem para disparidades nos resultados de sobrevida entre países de alta renda e países de baixa e média renda (LMICs, das iniciais de Low- or Middle-Income Country).
Em busca de caminhos propositivos, Erfani e colegas revisam várias estratégias para aumentar o acesso global e sublinham iniciativas que organizações multilaterais podem adotar para reduzir os preços de medicamentos contra o câncer em LMICs. “Isso inclui (1) construir centros regionais de transferência de tecnologia e fabricação, (2) expandir e agilizar o uso de licenças compulsórias e (3) implementar padrões globais para transparência de preços de medicamentos”, ilustram.
A farmacoequidade na oncologia ganha atenção especial diante da carga crescente de morbidade e mortalidade por câncer em LMICs. Nesse contexto, “esforços redobrados para fornecer medicamentos essenciais contra o câncer aos países de baixa e média renda teriam um impacto imenso no controle global do câncer e no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, analisam os autores.
Referência:
Erfani P, Okediji RL, Mulema V, et al. Advancing Global Pharmacoequity in Oncology. JAMA Oncol. Published online November 14, 2024. doi:10.1001/jamaoncol.2024.5032