Artigo de Masahiro Ito e colegas publicado no periódico The Breast relatou fatores de risco para recorrência tardia à distância entre pacientes livres de doença após 5 anos de terapia endócrina adjuvante no câncer de mama receptor de estrogênio (ER+). Os resultados demonstram que o envolvimento linfonodal, o tamanho e o alto grau do tumor, assim como a recorrência locorregional, foram fatores associados à recorrência tardia à distância, indicando que esses pacientes devem ser considerados para terapia endócrina estendida.
Nesta análise retrospectiva foram considerados dados de 892 pacientes com câncer de mama invasivo ER-positivo e HER2-negativo livres de doença após terapia endócrina adjuvante de 5 anos. Os pacientes foram classificados como de alto risco (linfonodos positivos, tumor grande, tumor de alto grau) ou baixo risco. Os pacientes de alto risco foram divididos em terapia endócrina estendida e grupos de interrupção. Foram avaliados os benefícios da terapia endócrina estendida para pacientes de alto risco e fatores prognósticos para a sobrevida pós-recaída.
Os grupos de alto e baixo risco compreenderam 444 e 448 pacientes, respectivamente. As taxas de sobrevida livre de doença à distância (SLDD em 10 anos foram de 96,3% (intervalo de confiança [IC] de 95% 0,912–0,985) e 86,5% (IC 95% 0,798–0911) nos grupos de terapia estendida e terapia interrompido, respectivamente (P = 0,00382).
O modelo de riscos proporcionais de Cox revelou que a terapia endócrina prolongada promoveu maior redução no risco de metástase à distância do que a terapia endócrina de 5 anos na população de alto risco (razão de risco [HR] 0,27; IC 95% 0,11–0,68; P = 0,0054). A sobrevida pós-recidiva foi significativamente diferente em pacientes com SLDD ≥7 anos (HR 0,24; IC 95% 0,072–0,81; P = 0,021) e naqueles com melhor resposta ao tratamento de primeira linha (HR 0,072; IC 95%, 0,058–0,90; P =0,041).
A conclusão dos autores indica que pacientes com fatores de risco para recorrência tardia devem ser considerados para terapia endócrina prolongada. SLDD mais longa e resposta ao tratamento de primeira linha podem ser um fator prognóstico para a sobrevida pós-recidiva após recorrência tardia.
Os resultados demonstram que o envolvimento linfonodal, o tamanho e o alto grau do tumor, assim como a recorrência locorregional, foram fatores associados à recorrência tardia à distância em pacientes com câncer de mama invasivo ER-positivo e HER2-negativo que receberam 5 anos de terapia endócrina. Além disso, este estudo mostrou que pacientes com fatores de alto risco apresentaram risco reduzido de recorrência tardia à distância com administração prolongada após 5 anos de terapia endócrina.
A íntegra do estudo está disponível em acesso aberto.
Referência: Published: November 19, 2023 DOI: https://doi.org/10.1016/j.breast.2023.103604