Onconews - FDA aprova combinação de imunoterápicos no tratamento do carcinoma hepatocelular avançado

aprovado 22A agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso do anti-CTLA-4 tremelimumabe (Imjudo®, Astrazeneca) em associação com o inibidor de PD-L1 durvalumabe (Imfinzi®, Astrazeneca) no tratamento de primeira linha do carcinoma hepatocelular irressecável1. A aprovação é baseada nos resultados do estudo de Fase 3 HIMALAYA, apresentado no ASCO GI 2022 e publicado na New England Journal of Medicine2.

O HIMALAYA é um estudo de Fase 3, internacional, aberto, que randomizou 1.324 pacientes com carcinoma hepatocelular avançado e irressecável que ainda não haviam sido tratados com terapia sistêmica e não eram elegíveis para terapia locorregional (tratamento localizado no fígado e tecido circundante).

Os pacientes foram randomizados para receber tremelimumabe (300 mg, uma dose) mais durvalumabe (1.500 mg a cada 4 semanas), denomidado regime STRIDE (Single Tremelimumab Regular Interval Durvalumab)); durvalumabe isolado (1.500 mg a cada 4 semanas) ou sorafenibe isolado (400 mg duas vezes ao dia).

O estudo foi realizado em 181 centros em 16 países, incluindo os EUA, Canadá, Europa, América do Sul e Ásia. O endpoint primário foi a sobrevida global (SG) para o regime STRIDE versus sorafenibe, e os principais objetivos secundários incluíram SG para durvalumabe versus sorafenibe, taxa de resposta objetiva e sobrevida livre de progressão (SLP) para a combinação e para durvalumabe isolado.

A mediana de sobrevida global (SG) foi de 13,8 meses com sorafenibe como agente único para 16,4 meses com a imunoterapia dupla, representando uma redução de 22% no risco de morte (HR 0,78, 95% CI 0,66- 0,92, P=0,0035). Em 3 anos, as taxas de SG foram estimadas em 31% com tremelimumabe-durvalumabe versus 20% com sorafenibe.

"Pacientes com câncer de fígado irressecável precisam de tratamentos bem tolerados que possam prolongar significativamente a sobrevida global", afirmou Ghassan Abou-Alfa, oncologista do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, e principal autor do estudo. “Os dados de segurança não mostraram aumento na toxicidade hepática grave ou risco de sangramento para a combinação, fatores importantes para pacientes com câncer de fígado que também têm doença hepática avançada", observou.

Eventos adversos (EAs) de grau 3/4 ocorreram em uma frequência semelhante (50,5% com a combinação e 52,4% com sorafenibe), embora EAs graves relacionados ao tratamento tenham sido menos frequentes (25,8% e 36,9%, respectivamente).

Referências:

1 - FDA approves tremelimumab in combination with durvalumab for unresectable hepatocellular carcinoma

2 - Tremelimumab plus Durvalumab in Unresectable Hepatocellular Carcinoma - Ghassan K. Abou-Alfa, M.D., M.B.A et al - Published June 6, 2022. NEJM Evid 2022; 1 (8) DOI:https://doi.org/10.1056/EVIDoa2100070