O Food and Drug Administration (FDA) aprovou o erdafitinib (Balversa™, Janssen Pharmaceutical), para o tratamento de adultos com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático que apresentam mutações no FGFR3 ou FGFR2 e que progrediram a pelo menos uma linha de quimioterapia anterior com platina. Primeiro inibidor da quinase FGFR aprovado pelo FDA, o medicamento foi classificado como Breakthrough Therapy e recebeu aprovação acelerada da agência norte-americana.
“Erdafitinib é uma nova terapia importante para o subgrupo de pacientes com com carcinoma urotelial metastático que contava com opções de tratamento limitadas", afirmou Arlene O. Siefker-Radtke, professora de Oncologia Médica Geniturinária da University of Texas MD. Anderson Cancer Center e principal investigador do estudo.
A aprovação foi baseada nos resultados de um ensaio clínico de Fase 2 (BLC2001, NCT02365597), multicêntrico, aberto, de braço único, com 87 pacientes com doença que progrediu durante ou após pelo menos uma quimioterapia anterior e que tivesse pelo menos uma das seguintes alterações genéticas: mutações do gene FGFR3 (R248C, S249C, G370C, Y373C) ou fusões do gene FGFR (FGFR3-TACC3, FGFR3-BAIAP2L1, FGFR2-BICC1, FGFR2- CASP7), conforme determinado por um ensaio realizado em um laboratório central. Os dados do estudo foram apresentados na ASCO 2018 e selecionados como "Best of ASCO ".
Os resultados demonstraram uma taxa de resposta objetiva (ORR) de 32,2% avaliada pelo Comitê de Revisão Independente Cego (BIRC) [IC 95% (22,4, 42,0)]. Os respondedores incluíram pacientes que não tinham respondido previamente à terapia anti PD-L1/PD- 1.1 No estudo, a ORR foi definida como a porcentagem de pacientes com lesões mensuráveis que obtiveram uma resposta completa (CR, 2,3%) ou resposta parcial (PR, 29,9%) ao tratamento pelo RECIST v1.1.
Os resultados também mostraram uma duração mediana da resposta (DoR) de 5,4 meses [95% IC (4,2, 6,9)] em pacientes tratados com Erdafitinib. Não houve respostas confirmadas na população de pacientes com fusão do FGFR2 (n = 6).
Os eventos adversos de grau 3 ou superior mais comuns (> 1%) foram estomatite (9%), distrofia ungueal, síndrome mão-pé (6%), paroníquia (3%), distúrbio ungueal, ceratite, onicólise (10 % *) e hiperfosfatemia.
O FDA aprovou simultaneamente um diagnóstico complementar para uso com Erdafitinib, o PCR QIAGEN therascreen® FGFR RGQ, o primeiro diagnóstico complementar com base em PCR aprovado para detectar alterações de FGFR. O teste detecta a presença de alterações no FGFR no tecido tumoral de pacientes com mUC. Se uma ou mais alterações genéticas ou fusões forem detectadas, o paciente pode ser candidato ao tratamento.