Onconews - FDA aprova osimertinibe adjuvante no CPCNP EGFR-mutado

aprovado 2019 bxA agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) como tratamento adjuvante de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial com mutação no EGFR após ressecção completa do tumor. A aprovação foi baseada nos resultados do ensaio de Fase III ADAURA.

Em 2018, o medicamento foi aprovado  para o tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático com deleção no exon 19 do EGFR ou mutações no exon 21 L858R. “Com esta aprovação, os pacientes podem ser tratados com esta terapia-alvo em um estágio mais precoce e potencialmente mais curável do câncer de pulmão de células não pequenas”, afirmou em comunicado Richard Pazdur, diretor do Centro de Excelência de Oncologia do FDA e diretor interino do Escritório de Doenças Oncológicas no Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da agência norte-americana.

O câncer de pulmão é o tipo de câncer mais comum e a principal causa de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo. Embora até 30% de todos os pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) possam ser diagnosticados precocemente e realizar cirurgia potencialmente curativa, a recorrência é comum na doença em estágio inicial. Quase metade dos pacientes diagnosticados no estágio IB, e mais de três quartos dos pacientes diagnosticados no estágio IIIA experimentam recorrência em cinco anos. Aproximadamente 20% dos pacientes com CPCNP têm doença EGFR-mutada. 

O estudo de Fase III ADAURA (NCT02511106), randomizado, duplo-cego, global, placebo-controlado, avaliou osimertinibe no tratamento adjuvante de 682 pacientes (1: 1) com CPCNP EGFRm estágios IB, II, IIIA após ressecção completa, com ou sem quimioterapia adjuvante anterior. Os pacientes elegíveis eram obrigados a ter histologia predominantemente não escamosa e deleções do exon 19 de EGFR ou mutações de L858R do exon 21 identificadas prospectivamente a partir de tecido tumoral em um laboratório central.

Os pacientes receberam tratamento oral com osimertinibe (n=339; 80mg uma vez ao dia) ou placebo (n=343) durante três anos ou até à recorrência da doença. O principal desfecho de eficácia foi a sobrevida livre de doença (SLD).

A mediana de sobrevida livre de doença não foi atingida (38,8, NE) em pacientes no braço de osimertinibe em comparação com 19,6 meses (16,6, 24,5) no braço placebo (HR 0,17 95% CI: 0,12, 0,23; <0,0001). A SLD na população geral do estudo foi um desfecho secundário; a mediana não foi atingida (NE, NE) em pacientes no braço osimertinibe em comparação com 27,5 meses (22, 36) no braço placebo (HR 0,20 95% CI: 0,15, 0,27; <0,0001).

As reações adversas mais comuns (> 20%) em pacientes tratados com osimertinibe, incluindo anormalidades laboratoriais, foram linfopenia, leucopenia, trombocitopenia, diarreia, anemia, rash cutâneo, dor musculoesquelética, toxicidade ungueal, neutropenia, pele seca, estomatite, fadiga e tosse. O medicamento deve ser suspenso se os pacientes desenvolverem sintomas de doença pulmonar intersticial e descontinuado definitivamente se confirmada a doença.

Osimertinibe recebeu a designação de medicamento órfão para o tratamento de câncer de pulmão de células não pequenas EGFR-mutado. Além disso, a agência concedeu a designação Breakthrough Therapy para essa indicação.

A revisão foi conduzida sob o Projeto Orbis, iniciativa do Centro de Excelência em Oncologia da FDA que fornece  estrutura para submissão simultânea e revisão de medicamentos oncológicos entre parceiros internacionais.