Onconews - Anvisa aprova avelumabe no carcinoma urotelial

approved NET OKA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação de avelumabe (Bavencio®), agora no tratamento de manutenção de pacientes com carcinoma urotelial irressecável. A nova indicação é baseada nos resultados do estudo randomizado de Fase III JAVELIN Bladder 100, que demonstrou que a imunoterapia estendeu o tempo até a recorrência e aumentou significativamente a sobrevida global. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União dia 28 de dezembro.

O estudo incluiu pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático que não progrediram após quimioterapia de 1ª linha, randomizados (1:1) para receber melhor tratamento de suporte (BSC) ou avelumabe. Foram elegíveis pacientes que receberam quimioterapia de indução baseada em platina (cisplatina ou carboplatina) em combinação com gemcitabina e doença estável após 4-6 ciclos de tratamento. O endpoint primário foi sobrevida global (SG), avaliada em 2 populações: em todos os pacientes randomizados e naqueles com tumores PD-L1+ (Ventana Ensaio SP263). Endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP), resposta objetiva e dados de segurança.

Resultados

Um total de 700 pacientes foram inscritos em 197 centros, em 29 países, randomizados para receber tratamento de manutenção com avelumabe + BSC (N = 350) ou BSC isoladamente (N = 350), acompanhados por uma mediana de 19,6 e 19,2 meses, respectivamente. No geral, 358 (51%) pacientes tinham tumores PD-L1+.

A análise primária mostra que a combinação de avelumabe + BSC prolongou significativamente a sobrevida global em todos os pacientes randomizados ([HR] 0,69; IC95% 0,56, 0,86; p unilateral = 0,0005), com 21,4 meses versus 14,3 meses, respectivamente. Em um ano, 71,3% dos pacientes tratados com avelumabe estavam vivos (95% CI, 66.0% a 76.0%) versus 58,4% (95% CI, 52.7% a 63.7%) dos pacientes do grupo-controle. Os resultados suportam o uso de avelumabe como tratamento de manutenção após quimioterapia, com ganho mediano de sobrevida global de 7,1 meses em relação ao padrão de cuidados. Em pacientes com tumores PD-L1+ (51,1%), avelumabe mostrou ganho de SG ainda maior (HR 0,56; IC95% 0,40, 0,79; p unilateral p = 0,0003); a SG mediana não foi atingida versus 17,1 meses no grupo que recebeu exclusivamente BSC. Em um ano, 79,1% dos pacientes PD-L1+ tratados com avelumabe estavam vivos (95% CI, 72.1% a 84.5%) vs 60.4% (95% CI, 52.0% a 67.7%) no grupo BSC.

Os principais endpoints secundários também mostraram benefício com o tratamento de manutenção. A sobrevida livre de progressão foi maior no grupo tratado com avelumabe, tanto na população geral, com mediana de 3,7 meses vs 2,0 meses (HR, 0,62), quanto na população PD-L1-positiva, com SLP mediana de 5,7 meses vs 2,1 meses (HR, 0,56). Em pacientes com tumores PD-L1 negativos, a SLP mediana foi de 3,0 meses vs 1,9 meses, novamente com benefício de avelumabe (HR, 0,63) em relação ao grupo-controle.

O estudo está registrado em ClinicalTrials.Gov, NCT02603432.

Referências:

A Study Of Avelumab In Patients With Locally Advanced Or Metastatic Urothelial Cancer (JAVELIN Bladder 100) – Disponível em  https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02603432