Onconews - FDA concede revisão prioritária para cemiplimabe no câncer cervical avançado

gineco bxA agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu revisão prioritária ao anti PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) para o tratamento de pacientes com câncer cervical recorrente ou metastático, cuja doença progrediu durante ou após a quimioterapia. A decisão foi baseada nos resultados do estudo de Fase III EMPOWER-Cervical 1, que em análise interina apresentada na ESMO Virtual Plenary demonstrou ganho de sobrevida global na comparação com o padrão de quimioterapia, com benefícios que também se estendem à sobrevida livre de progressão e à taxa de resposta objetiva.

O ensaio clínico multicêntrico de Fase III, open label, EMPOWER-Cervical 1, investiga cemiplimabe em monoterapia versus a quimioterapia de escolha do investigador em pacientes com câncer cervical recorrente ou metastático que progrediram com quimioterapia à base de platina. Foram inscritos pacientes (mediana de 51 anos de idade) em 14 países, incluindo EUA, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Canadá, Rússia, Polônia, Espanha, Brasil, Austrália, Reino Unido, Itália, Grécia e Bélgica, independentemente do status de expressão tumoral de PD-L1 ou histologia.

Os participantes foram randomizados para receber cemiplimabe em monoterapia (350 mg a cada três semanas) ou regimes de quimioterapia comumente usados ​​(pemetrexede, vinorelbina, topotecano, irinotecano ou gencitabina). O desfecho primário foi a sobrevida global, analisada primeiro entre os pacientes com histologia de carcinoma de células escamosas e, em seguida, na população total.

A análise interina apresentada na ESMO Virtual Plenary indicou que aqueles tratados com cemiplibmabe (n = 304) tiveram benefício na sobrevida global, sobrevida livre de progressão e taxa de resposta objetiva (ORR), em comparação com a quimioterapia (n = 304), com redução de 31% no risco de morte na comparação com o padrão de quimioterapia (hazard ratio HR: 0,69; IC intervalo de confiança de 95%: 0,56-0,84; p unilateral = 0,00011).

A análise interina também mostrou redução de 25% no risco de progressão da doença (HR: 0,75; IC 95%: 0,63-0,89; p unilateral = 0,00048), assim como mostrou 16% de taxa de resposta objetiva (ORR) em 50 pacientes; IC 95%: 13-21%; p unilateral = 0,00004), em comparação com 6% com quimioterapia (19 pacientes). A duração mediana da resposta foi de 16 meses com cemiplimabe (95% CI: 12 meses a ainda não avaliável) versus 7 meses com quimioterapia (95% CI: 5-8 meses), por estimativas de Kaplan-Meier.

Em relação ao perfil de segurança, nenhum novo sinal de segurança foi observado com o tratamento com cemiplimabe nesta análise. Os eventos adversos (EAs) foram reportados em 88% dos pacientes versus 91% daqueles que receberam quimioterapia. Entre os EAs mais frequentes foram reportados anemia (25% com cemiplimabe, 45% com quimioterapia), náuseas (18% com cemiplimabe, 33% com quimioterapia), fadiga (17% com cemiplimabe, 16% com quimioterapia), vômitos (16% com cemiplimabe, 23% com quimioterapia), diminuição do apetite (15% com cemiplimabe, 16% com quimioterapia) e constipação (15% com cemiplimabe; 20% com quimioterapia).

A revisão da agência está sendo conduzida como parte do Projeto Orbis, uma iniciativa do Centro de Excelência em Oncologia do FDA que permite a revisão simultânea pelas autoridades de saúde participantes na Austrália, Brasil, Canadá e Suíça. Estão planejadas submissões regulatórias globais adicionais, inclusive na União Europeia (UE) até o final de 2021. A data prevista para a decisão da FDA é 30 de janeiro de 2022.

Referência: EMPOWER-Cervical 1/GOG-3016/ENGOT-cx9: Interim analysis of phase III trial of cemiplimab vs investigator’s choice (IC) chemotherapy (chemo) in recurrent/metastatic (R/M) cervical carcinoma - Krishnansu S. Tewari, University of California Irvine, Orange, CA, USA