O risco de progredir do câncer de orofaringe é menor entre os pacientes com expressão positiva do vírus do papiloma humano (HPV) em relação ao grupo HPV negativo. A conclusão é do estudo de Carole Fakhry, do Johns Hopkins, nos Estados Unidos, em artigo publicado no JCO (vol. 32, nº20).
Pacientes com estadio III-IV de câncer de orofaringe foram selecionados em dois grupos, designados de RTOG 0129 e o RTOG 0522. Foram elegíveis os pacientes que tinham conhecido o status do tumor para p16, com progressão local ou loco-regional, previamente tratados por quimioradioterapia à base de platina. A amostra embasou uma análise retrospectiva que associou a sobrevida global (SG) ao status do p16. As taxas de risco foram estimadas por modelos de Cox, estratificados por protocolo de tratamento.
Um total de 181 pacientes com câncer de orofaringe com p16-positivo (n = 105) ou p16-negativos (n = 76) foram incluídos na análise. Os padrões de recorrência e o tempo médio de progressão foram semelhantes entre os dois braços (8,2 versus 7,3 meses, p = 0,67). Após um período médio de acompanhamento de quatro anos após a progressão da doença, os pacientes com p16 positivo apresentavam taxas de sobrevida significativamente melhores em comparação com pacientes p16-negativo (em 2 anos, a SG foi de 54,6% versus 27,6%, com mediana de 2,6 anos versus 0,8 ano; p <0,001).
O status p16 positivo teve impacto na redução do risco de morte (HR, 0,48, 95% CI, 0,31-0,74) e a conclusão do estudo é de que o HPV deve ser considerado como preditor independente para estratificação de risco em para pacientes com doença recorrente ou metastática.
Referência: http://jco.ascopubs.org/content/early/2014/06/23/JCO.2014.55.1937.full.pdf+html