Estudo de pesquisadores japoneses e sul-coreanos demonstrou que o tratamento neoadjuvante com imatinibe é uma opção eficaz para GISTs gástricos de 10 cm ou mais. Os resultados de longo prazo foram publicados na Gastric Cancer, com a recomendação de que o tratamento pós-operatório com imatinibe deve ser mantido mesmo após a ressecção R0 para minimizar a recorrência. "O estudo dá embasamento a uma prática já adotada, que é o uso de imatinibe neoadjuvante em pacientes com GIST gástrico onde há risco de cirurgia R1 ou necessidade de cirurgia maiores com morbidade aumentada", afirma o oncologista Gabriel Prolla (foto).
Neste estudo, foram considerados pacientes com grandes GISTs gástricos (≥ 10 cm), inscritos a partir de vários centros na Coréia e no Japão após confirmação patológica de GISTs c-KIT (+). Os pesquisadores descrevem que imatinibe (400 mg/d) foi administrado por 6 a 9 meses no pré-operatório e a ressecção R0 foi planejada. O tratamento pós-operatório com imatinibe foi administrado por pelo menos 12 meses e recomendado por 3 anos.
Os resultados mostram que 56 pacientes foram incluídos neste estudo, com 53 pacientes recebendo tratamento com imatinibe pelo menos uma vez e 48 pacientes submetidos à ressecção R0. As taxas de sobrevida global em 5 anos e sobrevida livre de progressão foram de 94,3% e 61,6%, respectivamente.
Os autores descrevem que mesmo os pacientes com doença estável pelos critérios RECIST responderam bem ao tratamento pré-operatório com imatinibe e poderiam ser submetidos à ressecção R0, sendo a maioria avaliada como resposta parcial pelos critérios CHOI. A redução ideal no tamanho do tumor foi alcançada com tratamento neoadjuvante com imatinibe por 24 semanas ou mais. Nenhuma retomada do tratamento com imatinibe foi identificada como um fator prognóstico independente para recorrência após a ressecção R0.
“O tratamento neoadjuvante com imatinibe é uma opção de tratamento eficaz para GISTs gástricos de 10 cm ou mais. O tratamento pós-operatório com imatinibe é recomendado mesmo após a ressecção R0 para minimizar a recorrência”, concluem os autores.
Referência: Kong, SH., Kurokawa, Y., Yook, JH. et al. Long-term outcomes of a phase II study of neoadjuvant imatinib in large gastrointestinal stromal tumors of the stomach. Gastric Cancer (2023). https://doi.org/10.1007/s10120-023-01406-0