Resultados de estudo de fase II reportados 10 de maio no Journal of Clinical Oncology (JCO) por Reiss et al. mostram que rucaparib ajudou a controlar o crescimento do tumor em pacientes com câncer de pâncreas com mutações BRCA ou PALB2. Em seis meses, 59,5% dos pacientes que receberam rucaparib estavam livres de progressão. Em 12 meses, a SLP foi de 54,8% e a taxa de controle da doença alcançou 66,7%.
Neste estudo, pesquisadores do Abramson Cancer Center da Universidade da Pensilvânia inscreveram pacientes com câncer de pâncreas avançado, com mutações somáticas (s) ou germinativas (g) em BRCA1, BRCA2 ou PALB2 que receberam pelo menos 16 semanas de quimioterapia à base de platina sem evidência de resistência à platina.
O protocolo previa a oferta de rucaparibe 600 mg por via oral duas vezes ao dia, até a progressão, com interrupção da quimioterapia. O endpoint primário foi a taxa de sobrevida livre de progressão (SLP) em 6 meses (SLP6). Os endpoints secundários incluíram segurança, ORR, taxa de controle da doença, duração da resposta e sobrevida global.
Resultados
Reiss et al. relatam que dos 46 pacientes inscritos, 42 foram avaliados nesta análise (27 gBRCA2, sete gBRCA1, seis gPALB2 e dois sBRCA2). A SLP6 foi de 59,5% (IC de 95%, 44,6 a 74,4), enquanto a SLP mediana foi de 13,1 meses (IC de 95%, 4,4 a 21,8) e a sobrevida global mediana foi de 23,5 meses (IC de 95%, 20 a 27).
Em 12 meses, a SLP foi de 54,8%. A ORR dos 36 pacientes com doença mensurável foi de 41,7% (3 respostas completas; 12 respostas parciais; IC de 95%, 25,5 a 59,2) e a taxa de controle da doença foi de 66,7% (IC de 95%, 49,0 a 81,4).
A duração média da resposta foi de 17,3 meses (IC de 95%, 8,8 a 25,8) e também apontou benefícios do tratamento com rucaparib. As respostas ocorreram em pacientes com gBRCA2 (41%, 11 em 27), gPALB2 (50%, 3 em 6) e sBRCA2 (50%, 1 em 2). Nenhum novo sinal de segurança foi observado.
“A terapia de manutenção com rucaparib é segura e eficaz no câncer de pâncreas avançado sensível à platina com mutações em BRCA1, BRCA2 ou PALB2”, concluem os autores. “Esse achado de eficácia em pacientes com gPALB2 e sBRCA2 expande a população que provavelmente se beneficiará deste PARPi além dos portadores de mutações gBRCA1 / 2“, acrescentam.
Referência: Phase II Study of Maintenance Rucaparib in Patients With Platinum-Sensitive Advanced Pancreatic Cancer and a Pathogenic Germline or Somatic Variant in BRCA1, BRCA2, or PALB2 - DOI: 10.1200/JCO.21.00003 Journal of Clinical Oncology - Published online May 10, 2021