O estudo KEYNOTE-006 apresentou os resultados finais da análise de sobrevida global de pembrolizumabe versus ipilimumabe em pacientes com melanoma avançado. Os dados finais foram publicados no Lancet e sustentam os resultados de análises intermediárias, mostrando o impacto de pembrolizumabe na sobrevida, com benefício superior ao obtido com ipilimumabe, independentemente da dosagem do anti PD-1. As conclusões reforçam o uso de pembrolizumabe como padrão de cuidados no melanoma avançado.
O KEYNOTE-006 é um estudo multicêntrico, aberto, de fase 3, que inscreveu pacientes de 87 instituições em 16 países, randomizados (1:1:1) para receber um dos dois regimes de dose de pembrolizumabe ou o anti CTLA-4 ipilimumabe.
Foram elegíveis pacientes com melanoma irressecável estádio clínico III ou IV, com bom performance status (ECOG de 0 ou 1) e pelo menos uma lesão mensurável (RECIST v1.1), tratados com até uma terapia sistêmica prévia (excluindo agentes anti-CTLA-4, PD-1 ou PD-L1). O endpoint primário foi sobrevida global, definida como o tempo desde a randomização até a morte por qualquer causa. A resposta foi avaliada por RECIST v1.1 por revisão central. A sobrevida foi avaliada a cada 12 semanas e a análise final ocorreu depois que todos os pacientes foram acompanhados por pelo menos 21 meses. A análise primária foi feita na população por intenção de tratar e as análises de segurança foram realizadas na população tratada.
Resultados
Entre 18 de setembro de 2013 e 3 de março de 2014, o estudo inscreveu 834 pacientes com melanoma avançado, randomizados para receber pembrolizumabe intravenoso a cada 2 semanas (n = 279), pembrolizumabe intravenoso a cada 3 semanas (n = 277) ou ipilimumabe intravenoso a cada 3 semanas (n = 278). Um paciente no grupo de pembrolizumabe quinzenal e 22 pacientes no grupo de ipilimumabe retiraram o consentimento e não receberam tratamento. Um total de 811 pacientes receberam pelo menos uma dose de tratamento.
O acompanhamento médio foi de 22,9 meses; 383 pacientes morreram. A média de sobrevida global não foi alcançada em nenhum grupo de pembrolizumabe e foi de 16,0 meses com ipilimumabe (HR= 0 · 68, IC 95% 0 · 53-0 · 87 para pembrolizumabe a cada 2 semanas vs ipilimumabe; p = 0 · 0009 e de 0·68 para pembrolizumabe a cada 3 semanas vs ipilimumab; p = 0 · 0008). A taxa de sobrevida global em 24 meses foi de 55% no grupo de 2 semanas, 55% no grupo de 3 semanas e de 43% no grupo de ipilimumabe.
A conclusão dos autores é de que esses resultados finais corroboram o uso de pembrolizumabe como padrão de cuidados para o melanoma avançado.
Referências: Pembrolizumab versus ipilimumab for advanced melanoma: final overall survival results of a multicentre, randomised, open-label phase 3 study (KEYNOTE-006) - Schachter, Jacob et al. - DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(17)31601-X